As graças que os membros da nossa Igreja têm alcançado nesta vida são realmente magníficas e incalculáveis. Por essa razão, sem querer, se acostumam com elas e tendem a esquecê-las.

Visto que se trata de experiências pelas quais a maioria já passou, não há necessidade de tecer comentários a respeito. Entretanto, creio que vários pontos passam despercebidos e, portanto, farei uma referência a eles.

Atualmente, na vida cotidiana, não existe nada mais temível do que a doença. Por conseguinte, acredito não haver uma única pessoa que não recorra a médicos e medicamentos.

Por exemplo, mesmo que alguém venha a contrair uma simples gripe, é acometido de febre, sensação de cansaço, perda de paladar. Além desses sintomas, por sentir queimação no peito, passa a se preocupar, imaginando que o estômago está com problemas.

Caso tenha uma leve dor de barriga ou uma diarreia, logo passa a imaginar: "Será que o intestino está com algum problema?". Após uma caminhada mais acelerada, ao ter palpitação e falta de ar, já passa a presumir que o coração não está bem.

Ao apresentar dor e peso na cabeça ou ter vertigens, começa a temer alguma doença do cérebro. Se as lágrimas escorrem, mesmo que não esteja triste, ou se constata que a vista está cansada, passa a se preocupar e acredita que o sintoma seja o início de uma doença ocular. Se o nariz fica obstruído, já considera que está com sinusite; se perde o olfato, crê que está com rinite hipertrófica.

Ao perceber a sensação de dores na garganta e febre, pensa que contraiu amigdalite. Se o pescoço e os ombros estão rijos, isso é sinal de gripe.

Diante da dificuldade em movimentar as mãos ou os pés, o indivíduo supõe que a causa esteja na coluna; ao andar um pouco e experimentar peso nas pernas, presume que foi afetado por beribéri.

Havendo dores anais e prolapso retal, contrai-se de dor, acreditando ser hemorroidas. Se, ao urinar, tiver a sensação de ardência ou caso a urina se apresente turva, logo passa a imaginar que está com tuberculose renal.

Dessa maneira, a ansiedade e a preocupação em relação às doenças são intensas. Nesses termos, se eu for detalhar ainda mais, não haverá fim. (...)

Por Meishu-Sama - Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 6

Publicado em 24 de dezembro de 1952