Sobre os Escritos Divinos

A doutrina, ou seja, o conjunto de princípios que são a base filosófica da Igreja Messiânica Mundial, foi escrita por Meishu-Sama, por inspiração divina, no estado de estreita união com Deus, e por isto ele as denominou “Escritos Divinos”.

Em sua atuação diária, assim como em seus escritos, também conhecidos como Ensinamentos, Meishu-Sama deu grande valor ao espírito da palavra e enfatizou sua grande influência sobre o destino das pessoas.

Assim, reconhecendo o espírito da palavra como importante veículo da transmissão da Vontade Divina, de maneira acessível ao maior número de pessoas, Meishu-Sama dedicou-se intensamente ao trabalho de traduzir em textos toda a compreensão, que lhe foi concedida por Deus, sobre as Leis Divinas, o Mundo Espiritual, o Plano de Deus, As Leis da Natureza e a Missão do Ser Humano.

Meishu-Sama sentado à mesa escrevendo.

A coletânea Alicerce do Paraíso, composta por cinco volumes, reúne os ensinamentos básicos da fé messiânica. Meishu-Sama recomendou a leitura diligente dos Escritos Divinos, como prática fundamental para a elevação da espiritualidade, o fortalecimento da fé e a contínua conquista da sabedoria, essenciais ao alcance e manutenção da felicidade. Segundo suas palavras, ler os Escritos Divinos é receber Johrei através das letras.

A coletânea Alicerce do Paraíso e outras publicações podem ser encontradas na Loja da Fundação Mokiti Okada.

A Importância da Leitura dos Ensinamentos

Leiam o mais possível os Escritos Divinos

Como todos sabem, até agora viemos nos valendo do Johrei e das publicações para divulgar nossa religião. Daqui em diante, vamos difundi-la também em diversas localidades por meio de simpósios, palestras etc., ou seja, por meio da audição. Até agora, tínhamos a difusão por meio da cura de doenças e da visão. Daqui em diante, acrescentaremos a difusão por meio da audição. Esperamos obter resultados significativos com esse método “três em um”.

Naturalmente, a difusão por meio da audição significa que explicaremos tudo sobre nossa religião por meio da palavra, demonstrando que se trata de uma religião extraordinária. Entretanto, para conduzirmos as pessoas a tal compreensão, é necessário que nós mesmos tenhamos vasto conhecimento sobre a fé. Afinal de contas, precisamos despertar-lhes o sentimento de desejar ingressar na fé messiânica por sentir que é realmente boa e maravilhosa.

Muitos dizem que não sabem falar bem e que são péssimos oradores. Todavia, esse é um pensamento equivocado, pois não é com belas palavras que conseguimos tocar o coração do próximo. Como sempre digo, o que move as pessoas é o nosso makoto11. É com ele que tocamos a alma do ouvinte, ou seja, nós a despertamos e a movemos. É só isso. Logo, falar bem ou não é uma questão de segunda ordem.

Mesmo para sensibilizar as pessoas com nosso fervor e makoto, precisamos ter entendimento suficiente para tal. Assim sendo, faz-se necessário aprimorar o próprio conhecimento e, acima de tudo, ler os Escritos Divinos.

Haverá muitas oportunidades em que as pessoas nos farão perguntas e, obviamente, elas não ficarão satisfeitas se as respostas não forem convincentes. Por conseguinte, por mais difíceis que sejam essas perguntas, precisamos dar-lhes respostas convincentes. Devemos nos acautelar o máximo, pois há pessoas que, sob pressão, respondem com mentiras. Às vezes, diante de perguntas difíceis, há quem se esquive por meio de respostas evasivas, mas isso não deve ocorrer de maneira nenhuma. Aos seguidores de Deus mentir é imperdoável. Caso não souberem responder, deverão dizê-lo francamente. No entanto, pelo receio de que, agindo assim, serão desprezados, costumam fingir que sabem. Procedendo dessa forma, o efeito será sempre o oposto. Por outro lado, quando se admite desconhecimento, a confiança se estabelece graças à sinceridade do outro. Por mais inteligente que alguém seja, ninguém sabe tudo. Portanto, desconhecer algo não é nenhuma vergonha.

Às vezes, as pessoas me fazem perguntas sobre assuntos que já estão publicados nos Escritos Divinos. Isso se verifica porque elas estão faltando com sua leitura no cotidiano. Portanto, os Escritos Divinos devem ser lidos tanto quanto possível. Quanto mais os fiéis o lerem, mais aprofundarão sua fé e mais polida se tornará sua alma. Aqueles que negligenciam sua leitura, vão perdendo a força gradativamente. À medida que a fé se aprofunda, mais a pessoa terá vontade de ler. É bom que o faça repetidas vezes, até que os escritos se tornem parte do seu ser. Evidentemente, quanto mais leitura realizar, mais nítida será a compreensão da Vontade Divina.

Gostaria de aproveitar a oportunidade para acrescentar outro ponto. Muitas vezes, no caso do Johrei, há ministrantes que, embora não saibam a causa da doença, fazem ares de quem a conhece, o que é o mais repreensível. Tais pessoas, em especial, tendem a usar o subterfúgio de dizer que algo é espiritual quando não ocorre a cura esperada. Na verdade, é difícil determinar se a causa de uma doença é material ou espiritual. Originariamente, o homem é uma unidade espírito-matéria; logo, não há tal distinção no caso do Johrei. Isto porque, se o espírito se cura, o mesmo ocorre com a matéria, e vice-versa. Por outro lado, quando o praticante de Johrei vê que há recuperação rápida através deste, acha que se trata de uma purificação comum; se ocorre o contrário, pensa que a causa é espiritual, mas isso é um grande erro. Tal postura assemelha-se à do médico que atribui características de tuberculose a uma doença de difícil cura.

Jornal Eiko, nº80

Johrei por meio das Letras

Lendo o título acima, talvez os leitores nem façam ideia do que se trata. Entretanto, com o que escreverei a seguir, creio que poderão compreender perfeitamente o que pretendo dizer: ler o que eu escrevo é receber Johrei pelos olhos.

A razão está no fato de que todo texto reflete fielmente o sonen1 da pessoa que o escreveu. É preciso que tenham pleno conhecimento disso. Em termos espirituais, significa que, por meio das letras, o espírito do escritor se transmite ao espírito do leitor. Da mesma forma, uma vez que os textos que escrevo são a própria Vontade Divina, o espírito de quem os lê se purifica.

Dessa maneira, a leitura poderá influenciar a alma do leitor positiva ou negativamente. Portanto, evidencia-se quão grande é a influência que a personalidade do escritor exerce sobre as pessoas. Quer se trate de um romance ou de um artigo de jornal, gostaria de pedir aos escritores e também aos jornalistas que pensem seriamente no assunto. Ao mesmo tempo, isso não significa que sermões sejam recomendáveis.

Evidentemente, se a reportagem ou a obra não forem realmente interessantes, elas não serão lidas com prazer e não cumprirão seu papel, pois, afinal de contas, o mais importante é que a obra tenha o encanto que cativa os leitores. Quando eu analiso a literatura atual, percebo que a maioria dos autores têm como objetivo principal a venda e parece que só querem despertar o interesse geral, ganhar fama, comercializar mais livros e, finalmente, ter a obra adaptada para o cinema. Dessa maneira, os textos não passam de um amontoado de palavras e, terminada a leitura, sentimos que deles nada se aproveita. Esses escritores não são autênticos romancistas, mas meros fabricantes de romances e novelas que podem ser comparados às pessoas vazias de conteúdo. Mesmo que se tornem famosos temporariamente, todos sabem que chegará o dia em que cairão no esquecimento.

Observando a sociedade atual, ficamos surpresos ao constatar que esta apresenta inúmeras falhas. Se os escritores quiserem tomá-las por tema, não faltará assunto. Gosto muito de cinema, do qual sou frequentador assíduo. Às vezes, quando vejo filmes que apontam as falhas da sociedade, fico entusiasmado e, como se tivesse encontrado velhos companheiros de causa, sinto vontade de reverenciar seus roteiristas e produtores. Obras desse tipo sempre se tornam famosas e nunca deixam de ser reconhecidas pelo público, dando lucro tanto às livrarias quanto às empresas cinematográficas. Escrevi este texto, conforme meu pensamento foi fluindo.

Jornal Eiko, nº184,

Eu escrevo a Verdade

Comecei a escrever artigos há mais de dez anos; naturalmente, apenas sobre assuntos relacionados à fé. Diferentemente de outros fundadores de religiões, procurei não empregar um tom formal, mas ao mesmo tempo utilizei uma linguagem que todos pudessem compreender facilmente, sem cair na impolidez. Todavia, aqui temos um problema. Por exemplo, os oitenta e quatro mil sutras budistas, a Bíblia cristã, os ensinamentos exotéricos da religião Shingon2, os ensinamentos de Shinran3 e de Nichiren, os salmos da fundadora da Tenrikyo, o Ofudesaki4 da fundadora da Oomoto, todos eles têm um lado negativo, isto é, têm um forte cheiro de religião. Entretanto, também têm seu aspecto positivo, pois possuem um mistério que ora julgamos entender, ora nos parece incompreensível, e talvez seja por isso mesmo que eles exerçam certa atração. Uma vez que é difícil interpretá-los, dependendo da pessoa, esses ensinamentos podem ser compreendidos de diferentes maneiras, o que facilita a formação de ramificações. Além disso, a História nos mostra que, quanto maior for o número de adeptos de uma religião, mais ocorrerão subdivisões que lutam entre si. Assim sendo, não conseguindo captar a essência da fé, os fiéis frequentemente se sentem confusos e dificilmente alcançam o verdadeiro estado de paz interior.

Diante dessa realidade, seria praticamente impossível unificar harmoniosamente até mesmo uma única religião por meio desses ensinamentos. Consequentemente, a união de todas elas torna-se impensável. Este deve ser, também, o motivo do aparecimento de novas religiões a cada ano que passa. Observando somente o Japão, notamos que a tendência atual é aumentar o número de religiões proporcionalmente ao crescimento da população.

Jeová, Deus, Logos, Tentei, Mukyoku, Amaterasu Okami, Kunitokotachi-no-Mikoto, Jesus Cristo, Buda Sakyamuni, Amida e Kannon constituem o alvo de devoção de diversas religiões. Além destes, que são os principais, poderíamos citar Mikoto, Nyorai, Daishi e inúmeros outros. Sem dúvida alguma, não levando em conta Inari, Tengu, Ryujin e mais alguns, que pertencem a crenças populares, eles são divindades de alto nível. É indiscutível que todos se originam do único e verdadeiro Deus, isto é, do Supremo Deus.

Até hoje, contudo, cada religião se considera mais elevada que as demais, havendo certa discriminação entre elas. Dessa forma, é impossível promover a união de todas. Apesar disso, o objetivo das religiões é o mesmo. Ou seja, não há uma sequer que não deseje a concretização do Paraíso na Terra, do mundo paradisíaco, do mundo ideal, em que toda a humanidade é feliz.

Entretanto, o que é preciso para que este mundo se concretize?

É necessário que surja uma religião que promova a união do mundo inteiro. Para tanto, deverá ser grandiosa e ultrarreligiosa a ponto de toda a humanidade crer nela. Não quero dizer que essa religião seja a Igreja Messiânica, mas a missão desta é ensinar o meio que possibilitará a realização do mundo ideal, ou seja, mostrar como elaborar o plano, o projeto para a construção deste mundo. À medida que o número de pessoas conscientes disso aumentar em cada país, avançaremos gradativamente rumo ao nosso objetivo.

Em síntese, será o esclarecimento da Verdade. Por meio dela, todas as falácias se tornarão evidentes e serão corrigidas, concretizando um mundo de luz, claro e límpido. Naturalmente, o mal será excluído do ser humano; o bem, que estava subjugado, prosperará, e a humanidade desfrutará da felicidade. Portanto, em primeiro lugar, é fundamental que a Verdade seja divulgada às pessoas, sem exceção.

Falando assim, talvez as pessoas retruquem que, desde os tempos antigos, inúmeros grandes mestres já vieram ensinando tudo sobre a Verdade e que, por conseguinte, a estas alturas, isso não seria mais necessário. Contudo, este é o problema. Isso porque, se a Verdade tivesse sido desvelada até o presente, ela já teria sido esclarecida, e o mundo paradisíaco estaria concretizado ou se encontraria próximo. Todavia, sequer visualizamos indícios de tal afirmativa. Em termos materiais, talvez possamos dizer que estamos nos aproximando do Paraíso; por outro lado, em termos espirituais, não se observa nenhum avanço, sendo que há, até mesmo, um retrocesso. Assim, sequer podemos prever quando o mundo paradisíaco será verdadeiramente concretizado. Desse modo, as pessoas perceberão que o motivo reside no fato de, até hoje, ter-se acreditado em uma verdade que, na realidade, não era a Verdade.

O melhor meio para constatar o que estou dizendo é observar a real situação do mundo. Tudo se encontra por demais distante da condição paradisíaca. A doença, o maior sofrimento do ser humano, não está diminuindo, e o dissabor da vida denominado pobreza continua. O conflito entre os indivíduos, entre os países, isto é, a guerra, encontra-se na situação que podemos observar. Portanto, isso é a prova de que a Verdade não está sendo posta em prática. Consequentemente, aquilo que até agora era considerado Verdade, na realidade, consistia em uma pseudoverdade. Esta, além de não ter sido benéfica, veio até mesmo sendo um obstáculo à construção do Paraíso. No entanto, finalmente, o tempo chegou. Deus esclarecerá a Verdade à humanidade através de minha pessoa. Sendo essa a razão da instituição da nossa Igreja Messiânica, os textos que eu escrevo são orientados por Deus de tal forma que todas as pessoas possam compreender. Dessa maneira, o que escrevi até agora é Verdade. Vou desvelar a pseudoverdade e ensinar como sanar suas falhas, refletindo-as no espelho da Verdade. Assim, não só ficará clara a diferença entre a Verdade e a pseudoverdade, como também vou mostrá-la com base na realidade. É isso que vem a ser o método do Johrei, o cultivo agrícola natural5, o aperfeiçoamento da arte e a construção do modelo do Paraíso Terrestre.

Em suma, o empreendimento que agora estou realizando - o grande esforço para que todos compreendam a Verdade por meio da palavra escrita - constitui um importante processo de esclarecimento da Verdade.

Revista Chijo Tengoku, nº 28,

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