Vivo por um grande ideal. Mesmo assim, estou também atento às pequeninas coisas. (Segunda e última parte)
[...] Outrora, muitas pessoas se impacientaram com a minha maneira de agir. Houve também as que me apresentaram sugestões e manifestaram suas aspirações. Como eu demorasse a executá-las, elas se impacientavam ou se questionavam. Quanto a mim, estava tão somente à espera da chegada do tempo adequado para iniciá-las.
As antigas expressões, "Aproveite os bons vento", "Agarre a oportunidade" e "Aproveite o momento oportuno", confirmam muito bem essa lógica.
Então, como podemos concluir que se trata do momento propício? Primeiramente, já com todas as condições preenchidas, as circunstâncias nos impulsionam a colocar o plano em execução. Sendo este o momento em que o tempo se encontra suficientemente amadurecido, ao iniciarmos a concretização do plano, tudo se processará, com facilidade, sem se forçar a situação. Assim sendo, pouparemos esforços e tudo correrá suave e naturalmente.
Em suma, devemos agir sempre após cuidadosa ponderação. Por exemplo: caso haja um obstáculo na frente de uma pedra pesada que desejamos empurrar ladeira abaixo, necessitaremos de muita força. Se soubermos esperar pacientemente, o obstáculo cederá pelo peso da própria pedra. Com o tempo, ela rolará até com o empurrão de um dedo.
"Se o rouxinol não canta, esperarei até que ele cante." Este poema é alusivo ao caráter de Ieyasu Tokugawa, fundador de uma dinastia que perdurou trezentos anos, o qual sabia dar tempo ao tempo.
Creio que com o que eu disse puderam compreender o quanto é importante o tempo certo. Conforme consta no Ofudesaki: "Com o Tempo, nem Deus pode." Realmente, trata-se de uma sucinta, porém, extraordinária afirmação.
Por Meishu-Sama - O pão nosso de cada dia, vol. 2 - Poema 183
Publicado em 25 de junho de 1949