Escritos Divinos

Ensinamento do dia

É realmente tolo aquele que mente. Fere a si mesmo com a própria língua. (Segunda parte)

Fico constrangido por apresentar meu exemplo, mas tenho por lema fazer o possível para não pedir descontos. Só quando percebo que os preços são excessivamente altos ou abusivos, é que, sem alternativa, sou levado a regatear, o que ocorre muito raramente.

Ajo dessa maneira porque, pechinchando nesta compra, na próxima, sem dúvida, o vendedor aumentará o preço; consequentemente, vou barganhar de novo e, assim, isso nunca terá fim e, além de ser dispendioso, é infrutífero.

Esses exemplos dizem respeito a transações comerciais, mas o mesmo se dá com os administradores públicos ou funcionários de empresas. Estes, querendo subir rapidamente na vida, procuram divulgar seus feitos e apresentar-se como benfeitores. Acham-se espertos por agirem dessa maneira.

Pelo fato de seus superiores terem percepção mais aguçada, acabam descobrindo seu intento e pensam: "Este sujeito só quer se mostrar; portanto, trata-se de um indivíduo desonesto", e acabam deixando de confiar neles.

Os empresários, por sua vez, mesmo não o sendo, gostam de aparentar riqueza ou mostrar que contam com ampla proteção de diferentes setores da sociedade, ou ainda, tendem a divulgar que seus empreendimentos são realmente lucrativos. Mesmo que, temporariamente, essas manobras tenham bons resultados, jamais terão êxito duradouro.

O mesmo se sucede no caso de casamento arranjado. Nas conversas sobre os pretendentes, os elogios aos noivos feitos pelo padrinho, que promove o casamento, são excessivos. Não obstante, parece que isso é considerado normal.

Mesmo que o casamento chegue às vias de se concretizar, será desfeito antes ou logo depois de sua realização. Assim sendo, não só as partes interessadas passarão por transtornos, mas também os intermediários perdem a confiabilidade.

Por Meishu-Sama - O pão nosso de cada dia, vol. 2 - poema 124

Publicado em 1º de novembro de 1950

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