Escritos Divinos

Ensinamento do dia

É realmente tolo aquele que mente. Fere a si mesmo com a própria língua. (Primeira parte)

Se eu disser que não existe um povo tão desprovido de ambição como o japonês, com certeza, o leitor ficará espantado. Entretanto, não posso deixar de dizê-lo, pois é a pura realidade; apenas a maioria das pessoas não percebe isso. Vou referir-me a esse respeito.

Dando exemplos concretos, os japoneses da atualidade não dão muita importância à confiabilidade. Por exemplo, dizem mentiras que, algum dia, inevitavelmente serão descobertas ou que estão mais do que evidentes.

Os piores tipos são aqueles que proferem mentiras que podem ser logo desmascaradas. É grande o número de pessoas que não cumprem o horário marcado, apesar de terem combinado.

Isso também constitui uma visível mentira, embora todos achem que é uma questão comum e natural do cotidiano.

Quando se vai fazer uma simples compra, há uma troca de mentiras entre o vendedor e o comprador. Realmente, se o vendedor for muito honesto, deixará de obter lucros; por isso, de certa forma, a mentira seja até inevitável, mas em geral ela é por demais exagerada.

Em consequência disso, além da perda de confiança, são insuportáveis o tempo desperdiçado nas negociações e o trabalho que isso acarreta. Uma vez que o vendedor eleva o preço para aumentar o lucro, o comprador acaba pedindo desconto e vice-versa.

Realmente, é um jogo sem-fim! Tratando-se de transação de maior vulto, é preciso fazer longas negociações que se estendem por várias horas ou até um dia inteiro, havendo casos em que demoram dias, semanas ou até meses. Assim sendo, é grande o desperdício de tempo e de dinheiro para ambos os lados.

Por Meishu-Sama - O pão nosso de cada dia, vol. 2 - poema 124

Publicado em 1º de novembro de 1950

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