A COMÉDIA DOS NUTRIENTES (Terceira e última parte)
Por: Meishu-Sama
[...] Vou citar alguns exemplos.
Houve uma época, nos Estados Unidos, em que esteve em moda uma dieta alimentar chamada fletcherismo. Esse método consistia em mastigar ao máximo os alimentos e quanto mais eles ficassem pastosos, melhor. Segui esse método à risca durante um mês. Fui ficando fraco e não conseguia atingir a vitalidade como desejava, o que me deixou deveras surpreso.
Deixando de seguir esse método e voltando a comer normalmente, minha força física se restabeleceu. Foi então que descobri que é um grande erro mastigar bem os alimentos, pois, triturando-os com os dentes, a atividade do estômago se torna dispensável e isso o enfraquece. Por essa razão, o melhor é não mastigar muito os alimentos.
Desde os tempos antigos, dizem que as pessoas que comem depressa e evacuam rapidamente são mais sadias. Nesse aspecto, elas eram mais evoluídas que o homem moderno. Por outro lado, a ingestão de medicamentos que ajudam na digestão enfraquece a atividade do estômago, que acaba debilitado.
Devido a isso, a pessoa os ingere novamente, e esse órgão enfraquece ainda mais. Assim, a causa das doenças estomacais está realmente na utilização de medicamentos para o estômago.
Ouvimos frequentemente que pessoas que sofriam de problemas gastrointestinais crônicos e não conseguiam curar-se com uma alimentação baseada em alimentos de fácil digestão conseguiram obter a cura quando passaram a fazer refeições com alimentos como o ochazuke com picles.
Comparemos essa força da vida humana que transforma alimentos inacabados em alimentos acabados com a atividade de uma fábrica produtora de máquinas. Em primeiro lugar, adquire-se a matéria-prima necessária. A fábrica queima o carvão, movimenta o maquinário e, pelo trabalho dos operários, gradativamente produzem-se máquinas completas. Esse processo é a razão da existência da fábrica.
Por outro lado, suponhamos, agora, que máquinas prontas fossem adquiridas. Como não haveria esforço, seriam desnecessários a queima do combustível, o movimento das máquinas e o trabalho dos operários. Nessas circunstâncias, a única alternativa seria fechar a fábrica.
De acordo com o que tentei explicar da forma mais compreensível possível, vemos que as pessoas gastam elevadas quantias para adquirir suplementos alimentares sintéticos sem sabor algum e, ainda, acabam enfraquecendo cada vez mais o organismo. Por essa razão, só posso classificar essa tolice como uma grande comédia. Eis o motivo por que usei o título “A comédia dos nutrientes”.
Por Meishu-Sama – Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 3
Publicado em 20 de abril de 1950