Escritos Divinos

Ensinamento do dia

A ENTREGA A DEUS (Segunda e última parte)

[...] Na prática do Johrei, dá-se o mesmo. À medida que a vontade do ministrante de curar alguém se intensifica, fazendo-o pensar: "Quero curá-lo de qualquer maneira", o restabelecimento será mais demorado.

Entretanto, quando o Johrei é ministrado com desprendimento ou até mesmo com um pouco de dúvida: "Não sei se esta pessoa se restabelecerá ou não, mas em todo caso vou ministrar-lhe Johrei", para surpresa geral, o doente se recupera mais facilmente.

Em outra situação, apesar de os familiares e amigos próximos ansiarem pela cura, o doente em estado grave que parecia estar se recuperando, não se restabelece e, muitas vezes, acaba morrendo. Ao contrário, observa-se que a recuperação advém de forma relativamente fácil e rápida, quando o enfermo fica um tanto indiferente ante a ideia da vida e da morte, e seus familiares parecem não se preocupar muito.

Temos, ainda, casos de doentes e seus familiares que desejam a salvação a todo custo. Contudo, a doença se agrava, até chegar ao ponto em que, ante a perspectiva do inevitável desenlace, todos acabam desistindo. É então que sobrevêm melhoras rápidas, e firma-se a cura.

É um fato curioso, mas há enfermos que insistem, dizendo: "Não posso morrer com uma doença tão simples como essa. Mostrarei que sou capaz de curá-la pela minha força mental." Geralmente, tais pessoas acabam morrendo, e a causa principal está no apego à vida.

Creio que puderam compreender, por meio desses exemplos, quão pavoroso é o apego.

Assim sendo, em casos de doentes sem qualquer chance de salvação, primeiramente deve-se deixar subentendida a improbabilidade de cura e dizer que rogaremos a Deus que lhes conceda a salvação no Mundo Espiritual. É bom deixá-los bem cientes disso, bem como comunicar os familiares. A partir de então, com a ministração de Johrei, muitas vezes, o estado de saúde começa a melhorar.

Embora o assunto seja diferente, constatamos que situação semelhante se manifesta no relacionamento entre pessoas de sexos opostos. O demasiado interesse de uma pode afastar a outra, causando-lhe repulsa.

Pode parecer extremamente irônico, mas é o apego de um que esfria o coração do outro. Aliás, os fatos deste mundo, na sua maioria, têm, realmente, caráter irônico. Por esse motivo, são complicados e também interessantes.

Pelo exposto, creio que puderam compreender que quase sempre o apego é a causa do insucesso. É nesse sentido que digo frequentemente para visarem ao efeito contrário: é a ironia das ironias, mas é a pura verdade.

Por Meishu-Sama - Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 4

Publicado em 28 de novembro de 1951

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