Escritos Divinos

Ensinamento do dia

A ENTREGA A DEUS (Primeira parte)

Eu sempre ensino as pessoas: "Entreguem-se a Deus." Em outras palavras, independentemente do que ocorra, entregue-se completamente a Deus sem se preocupar ou se afligir. Parece algo simples que conseguimos realizar sem nenhuma dificuldade, mas na realidade não o é.

Eu mesmo, quando me vejo nessa situação, faço um grande esforço para entregar tudo a Deus; entretanto, as preocupações me surgem involuntariamente. Afinal, neste mundo cheio de perversidades, é quase impossível conseguir isso. Por outro lado, a pessoa de fé é diferente das demais: tão logo lhe surge uma preocupação, lembra-se de entregá-la a Deus e sente grande alívio.

Gostaria de salientar um ponto que as pessoas não percebem. Se interpretarmos espiritualmente, veremos que o pensamento (sonen) de preocupar-se é uma espécie de apego. Ou seja, o apego à preocupação é como um mal que influencia negativamente todas as coisas.

Geralmente, quando se fala em apego, pensa-se no apego que se liga ao desejo de ter sucesso, de obter dinheiro, de viver no luxo e de satisfazer todas as vontades. Há, ainda, outro tipo de apego, de caráter maligno, que se manifesta em desejos como: "Aquele sujeito é um insolente, um atrevido, e eu o odeio! Vou lhe dar uma boa lição."

Entretanto, o apego ao qual me refiro não é aquele tão óbvio. É um apego que geralmente passa despercebido. Trata-se da preocupação com o presente e do sofrimento por aquilo que está por vir ou pelo que já passou.

Quando se trata de um fiel, embora Deus queira conceder-lhe graças, o apego acaba formando espiritualmente um obstáculo e, quanto mais forte ele for, mais fraca é a proteção divina e, por esse motivo, as coisas não correm a contento.

Um bom exemplo disso é que, à proporção que se deseja muito alguma coisa, mais difícil é consegui-la. Qualquer um já teve a experiência de ver concretizar seu desejo quando já tinha desistido dele.

Às vezes, quando almejamos muito fazer isto ou aquilo, nada se concretiza. No entanto, esse desejo se realiza quando já o tivermos esquecido. [...]

Por Meishu-Sama - Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 4

Publicado em 28 de novembro de 1951

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