Escritos Divinos

Ensinamento do dia

ESPÍRITO DE IZUNOME (Segunda e última parte)

[...] Analisando os conflitos religiosos, verificamos que eles também surgem das diferenças entre as características shojo e daijo, ou seja, das diferenças entre a emoção e a razão.

Nesse caso, se os dois lados cederem e se equilibrarem, será possível resolver essas desavenças harmoniosamente. Pensando bem, não é tão difícil chegar a uma reconciliação.

A respeito disso, também ocorre o seguinte. Em todos os segmentos da sociedade, existe o conflito entre conservadores e progressistas. A religião não é exceção. Nela, os conservadores são fiéis antigos que, aferrados à tradição, detestam novidades, e podemos dizer que se trata de uma fé retrógrada.

Por outro lado, os progressistas tendem para o que é novo, mas repudiam tudo o que é antigo. Daí surge o desencontro de opiniões, que gera o conflito. Todavia, isso poderia ser facilmente resolvido se ambas as partes adotassem o estilo izunome. O importante é que se conheça profundamente o espírito da época, mesmo sendo uma religião.

Não obstante, vejo que os religiosos são indiferentes a isso, existindo até mesmo uma forte inclinação para acharem que isso é o certo. Eles consideram as tradições milenares como regras de ouro.

De fato, a fé é de natureza espiritual, vertical e, sendo uma verdade eterna e imutável, é melhor que não sofra distorções. No que diz respeito à condução da Obra Divina, porém, a situação é diferente pois, sendo esta de natureza material, o certo é adequar-se à época.

Em outras palavras, uma atuação perfeita entre as partes espiritual e material, ou seja, é preciso que tudo seja realizado no estilo izunome.

Nesse sentido, nem preciso dizer que é impossível tocar a alma do homem moderno, utilizando nos dias de hoje as práticas e os ensinamentos de Buda Sakyamuni e Jesus Cristo da mesma forma que eles faziam em sua época.

É importante saber que a estagnação das religiões tradicionais tem origem neste ponto.

Em suma, basta compreender que a atuação izunome é a verdade fundamental de todas as coisas. Desejo que os fiéis assimilem isso muito bem e é por esse motivo que me refiro constantemente ao seu significado.

Por Meishu-Sama - Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 3

Publicado em 25 de abril de 1952

Acessos rápidos