O SÉCULO XXI (Quarta parte)
(...) Nesse passeio pela cidade, vi algo interessante. Em diversos locais, havia grandes caixas de vidro, de tamanho semelhante ao das pequenas moradias, onde se podiam ver desde árvores sempre-verdes até coníferas, como pinheiros, cedros, ciprestes, lariços e outras.
Em seu interior, conservava-se a temperatura de mais ou menos dez graus centígrados; naturalmente, havia um aparelho de ar-condicionado em cada uma. Essas caixas funcionavam como oásis artificiais para aqueles que percorriam os arredores, sob o sol escaldante do verão.
Nesses locais, jovens divididos em grupos realizavam atividades sob a orientação de um responsável, que tinha vasto conhecimento de botânica e fora selecionado entre os diretores da associação de cada bairro.
Do carro, que seguia lentamente, eu via as lojas da cidade, enfileiradas. A arquitetura bem planejada, cheia de beleza e elegância, proporcionava uma sensação muito agradável.
Não se viam cores berrantes, nem construções sem graça, semelhantes a caixas de fósforo. Todas tinham janelas amplas e iluminação suave, que permitiam que a estética das pinturas e das esculturas se destacasse ao máximo. As lojas, um pouco maiores, pareciam museus de arte.
Enquanto eu fazia uma coisa e outra, parece que ia anoitecendo, mas não se sentia que já era noite. Aliás, não era para menos, pois nas ruas, em determinados espaços, existiam altos postes de iluminação a arco voltaico.
Os raios de luz eram diferentes dos que são emitidos pelas lâmpadas: muito mais claros, de um brilho surpreendente. A sensação é que se recebia a luz do Sol em plena tarde, e nenhuma das cores sofria modificação. (...)
Por Meishu-Sama
Ensinamento escrito em 1948 e publicado em Luz do Oriente, vol. 1