Escritos Divinos

Ensinamento do dia

O SÉCULO XXI (Segunda parte)

(...) Outra nota diferente em relação aos tempos antigos era a grande quantidade de fotos: cinquenta por cento de artigos e cinquenta por cento de fotos. A página de anúncios e classificados também era muito diferente.

Não havia nenhuma propaganda de remédios, e a de cosméticos era mínima. O que havia em abundância era propaganda de livros e artigos relacionados às vestimentas, alimentação, moradia, maquinaria, lançamentos de novas invenções etc.

Da mesma forma, a parte escrita apresentava-se reduzida e com muitas fotos. Por essa razão, eu li todo o jornal em aproximadamente quinze minutos. Terminei a leitura agradavelmente. E não era para menos, pois a janela era ampla, e a sala estava bem clara. Não havia nenhuma instalação de segurança: explicaram-me que assaltantes e ladrões eram histórias do passado. Por conseguinte, achei que, de fato, aquele era um mundo maravilhoso.

Peguei o carro e saí. Estava muito bem-vestido e fiquei surpreso com a beleza da cidade. Parecia um jardim florido. Engraçado é que, além dos automóveis, não se via nenhum outro tipo de condução, o que não era de se admirar, pois os trens trafegavam pelo subsolo; as ruas eram só para os automóveis.

Além disso, estes eram silenciosos. Achando estranho, olhei bem e notei que a rua parecia estar coberta com cortiça. Observando melhor, percebi tratar-se de um material elástico e bastante macio, que parecia ter sido preparado com uma mistura de borracha e serragem. Não havia como ocorrer poluição sonora, porque, além desse piso especial e dos pneus de borracha, havia dispositivos especiais em volta das janelas e outras partes, para isolamento acústico.

Além do mais, se chovia, a água se infiltrava rapidamente no chão e, por conseguinte, não se formavam poças. A força motora que movimentava os carros era gerada por um minério do tamanho da ponta de um dedo.

Algo realmente extraordinário, porque conseguia fazer com que um carro percorresse várias dezenas de milhas. Esse minério assemelhava-se ao urânio e ao plutônio, cuja aplicação se baseava no princípio da desintegração do átomo.

Assim que entrei no carro, percebi que não havia motorista. Nem era preciso, pois bastava o passageiro segurar uma barra com uma das mãos para o carro movimentar-se. É claro, porém, que algumas pessoas se davam o luxo de ter motorista. (...)

Por Meishu-Sama

Ensinamento escrito em 1948 e publicado em Luz do Oriente, vol. 1

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