O SÉCULO XXI (Primeira parte)
Com frequência, perguntam-me como será o Paraíso Terrestre a que eu sempre me refiro. Quanto a isso, eu pude conhecer como seria a situação do mundo daqui a um século por meio da Revelação Divina de 1926. Muitas vezes, pensei em escrever sobre o assunto, mas sentia que o momento era prematuro e não o fiz até hoje.
Entretanto, nos últimos tempos, senti que chegou a hora de explicar sobre isso e, por essa razão, pus-me a escrever. Deixo para a imaginação do leitor se as previsões do futuro desta revelação divina se tornarão realidade ou não, mas eu tenho a convicção de que elas se realizarão infalivelmente.
Quero colocar que escrevi este artigo como se o leitor tivesse ficado adormecido por cem anos e, ao acordar, se surpreende com a tamanha mudança do mundo. Assim, gostaria que lessem com esse espírito.
Acordei às seis horas da manhã, ao som de uma música bem baixinha, que parecia sair do travesseiro. Ela foi ficando cada vez mais alta e, como eu não conseguia dormir, levantei-me. "Que interessante! Um despertador inserido no travesseiro!" - pensei.
Lavei o rosto e tomei a refeição matinal, uma mescla de pratos japoneses e ocidentais: sopa de missô, pão de arroz, um pouco de peixe e carne, verdura, café, chá verde etc.
Em seguida, fui ler o jornal e vi algo muito interessante. Na primeira página, havia, em destaque, um artigo sobre a campanha eleitoral do presidente mundial. O dia da eleição estava próximo.
Publicavam-se os nomes e as fotos dos candidatos de diversos países: Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Japão, União Soviética (cujo nome, nessa época, era outro) e países da Indochina e da América do Sul. Estava escrito que, ao que tudo indica, o candidato dos Estados Unidos ficaria em primeiro lugar.
Na página três, deparei-me com algo inesperado: quase não existiam matérias sobre crimes. Dava-se grande destaque às diversões; uma profusão de artigos versava sobre esporte, turismo, música, belas-artes, teatro, cinema e outras artes.
A edição estava realmente muito bem elaborada. Os artigos não eram prolixos, nem entediantes como se dava nos jornais do passado, mas redigidos em uma linguagem clara e concisa, restringindo-se ao necessário. Assim, gastava-se pouco tempo na leitura; percebia-se que havia cuidado para não cansar o leitor. (...)
Por Meishu-Sama
Ensinamento escrito em 1948 e publicado em Luz do Oriente, vol. 1