"Você vai morrer"
Na primavera de 1944, encontrei-me pela primeira vez com Meishu-Sama no Solo Sagrado de Hakone, na ocasião em que acompanhei o ministro responsável pela Igreja à qual pertencia.
Ao me ver, Meishu-Sama falou com severidade: "Você vai morrer."
Eu era da Marinha e, no ano anterior, o submarino onde estava foi atingido por explosivos. Fiquei ferido e tive que voltar para casa. Graças ao Johrei que recebia do ministro, havia melhorado até certo ponto, mas aguardava ansiosamente pela minha recuperação total.
Todavia, por que Meishu-Sama teria dito tal coisa? Como na época eu não compreendia quem era Meishu-Sama, não consegui aceitar docilmente suas palavras.
Nesse mesmo dia, o ministro passou a noite tentando corrigir minha maneira de pensar: "Até agora, você já melhorou muito com o Johrei. Entretanto, ao invés de ser grato, vive insatisfeito e lamuriando. Meishu-Sama percebeu isso e o repreendeu."
A partir de então, decidi por mim mesmo estudar seriamente, todos os dias, a verdadeira postura de fé, a começar pelo princípio de que fé é gratidão. Apesar de esforçar-me para pôr em prática o que estava aprendendo, minha condição física continuava a mesma, sem nenhuma melhora. Assim, acabou chegando o dia 15 de agosto e com ele o fim da guerra, sem eu ter podido retornar ao meu posto na Marinha.
Depois que a paz se estabeleceu, meu estado físico começou a melhorar rapidamente e, enfim curado, tornei-me útil à Obra Divina.
Foi então que, pela primeira vez, compreendi o que estava por trás das palavras de Meishu-Sama: "Você vai morrer!" Se eu tivesse logo me restabelecido, provavelmente teria sido morto na campanha de Okinawa. Deus manteve-me na situação de ferido até o fim da guerra, com o intento de utilizar-me em Sua Obra, bem como fazer-me aprimorar e elevar o nível da minha fé.
As lembranças da dor e do sofrimento daquela época foram totalmente superadas, e meu coração transborda de gratidão.
Reminiscências sobre Meishu-Sama, vol. 1 - relato 213
Por um ministro