MINHA MANEIRA DE PENSAR (Primeira parte)
Tenho o costume de pensar profundamente sobre todas as coisas. Suponhamos que se elabore um projeto qualquer. As pessoas, na sua maioria, ficam ansiosas, querendo logo colocá-lo em prática; além disso, confiando na sorte, acham que, uma vez iniciando sua realização, de alguma forma tudo dará certo.
Contudo, ao executá-lo, percebem que as coisas não ocorrem como o esperado e, geralmente, acabam fracassando. Tais pessoas só pensam no sucesso, não levando em conta a possibilidade de fracasso, o que é muito arriscado. Eu, no entanto, faço o contrário.
Desde o começo, considero a possibilidade do insucesso. Elaboro um plano à parte, para o caso de fracasso. Assim, se o projeto falhar, o fato não me atinge muito. Opto por aguardar um pouco mais. Agindo dessa maneira, mesmo que advenha um revés, longe deste ser um golpe fatal, será possível recuperar-me facilmente.
Em relação às finanças, procedo do mesmo modo. Divido o dinheiro em três partes: se a primeira não for suficiente, começo a usar a segunda; caso esta ainda não baste, recorro à terceira. Seguindo esse método, a probabilidade de falhar é mínima.
À primeira vista, parecerá perda de tempo fazer um planejamento muito detalhado, tomando todas as precauções para as eventualidades que possam surgir.
Contudo, se procedermos dessa forma, tudo correrá mais rapidamente, pois não haverá falhas. Assim, não há desperdício de dinheiro, nem de tempo, nem de trabalho, o que representa um inesperado e considerável ganho.
Todos sabem que tenho elaborado e executado projetos audaciosos, um após o outro, e tudo sempre corre muito bem, sem insegurança ou preocupações.
Ainda que eu haja elaborado um plano e todos os preparativos estejam em ordem, não o ponho logo em prática; aguardo o tempo oportuno calmamente.
Uma vez que, infalivelmente, surge a oportunidade, aí sim, começo a executá-lo, sem pressa nem afobação. O ser humano nunca deve precipitar-se. Se o fizer, forçará a situação, e nada dará certo.
Pensando nas pessoas que fracassaram, vemos que todas elas, sem exceção, se apressaram e foram além dos limites do que é razoável. [...]
Por Meishu-Sama - Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 1
Publicado em 25 de junho de 1952