PESSOA SIMPÁTICA (Segunda e última parte)
[...] Em outras palavras, é até um hobby para mim. Por essa razão, muitos dizem que possuo uma personalidade privilegiada, e é possível que tenha mesmo.
Depois que me tornei religioso, obviamente essa característica se intensificou. Então, quando vejo uma pessoa sofrendo por doença, não consigo ficar parado e impassível, e sinto vontade de curá-la a qualquer custo. Ministro-lhe Johrei, ela é curada e fica feliz. Ao ver sua alegria, esta se reflete em mim e eu me sinto igualmente feliz.
Por ser assim, no passado, criei inúmeros problemas e sofri muito. Mesmo quando percebia que não havia mais chance de cura e que deveria desistir logo, atendendo às súplicas por parte da própria pessoa e sua família, eu cedia e, não pesando os prós e os contras, persistia nas visitas, ainda que fossem em locais distantes.
Gastava tempo e dinheiro e, no final, o resultado não era bom. Desapontava a todos e, muitas vezes, recebia queixas e era odiado. Sempre que isso ocorria, eu me censurava, achando que deveria tornar-me menos sensível.
Minha personalidade me ajudou muito também na construção do protótipo do Paraíso Terrestre e do Museu de Belas-Artes; portanto, creio que ela me tenha sido atribuída por Deus.
Por exemplo, quando estou diante de uma magnífica obra de arte ou de uma paisagem maravilhosa, não vejo graça nenhuma em apreciá-las sozinho e até fico incomodado. Nasce em mim o desejo de mostrá-las e de entreter o maior número de pessoas possível. Dessa forma, ao invés de desfrutar destas sozinho, minha maior satisfação é divertir e alegrar o próximo, o que também me traz alegria e prazer.
Por Meishu-Sama - Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 4
Publicado em 21 de abril de 1954