O PARAÍSO É O MUNDO DO BELO (Primeira parte)
Os fiéis da nossa religião estão bem cientes de que o objetivo de Deus é a construção do mundo ideal, de perfeita Verdade, Bem e Belo. Ao contrário, o objetivo das forças malignas é obviamente a Falsidade, o Mal e a Fealdade.
Vou explicar sobre estes, mas creio que a Falsidade e o Mal dispensam explicações; portanto, vamos falar a respeito da Fealdade.
Neste mundo, existem muitas coisas equivocadas. Há casos em que a Fealdade se associa à Verdade e ao Bem. Ao se depararem com tais casos, frequentemente, as pessoas fazem deles alvo de admiração e respeito.
Em termos mais claros, desde tempos remotos, não são poucas as pessoas que, alimentando-se e vestindo-se precariamente, morando em casebres, enfim, vivendo uma vida miserável, realizam práticas virtuosas para o bem do próximo e da sociedade.
Realmente, se suas condições de vida fossem tão desfavoráveis a ponto de não conseguirem sobreviver, isso seria inevitável. Algumas, porém, mesmo tendo condições melhores, preferem aquela forma de vida, o que não acho nada interessante.
Entre elas, encontram-se muitos religiosos que escolhem uma vida de abstinências como um aprimoramento que eles mesmos consideram como um modo de viver digno e admirável. O povo, que os observa, considera-os pessoas sublimes.
No entanto, para falar a verdade, esse pensamento não é correto, uma vez que negligencia um fator importantíssimo, que é o belo; por conseguinte, tem-se como resultado Verdade, Bem e Fealdade.
Nesse sentido, desde que sejam condizentes e não fujam às condições de cada indivíduo, as vestes, a alimentação e a moradia devem ser as mais belas possíveis, pois estarão de acordo com a Vontade Divina.
Mais do que uma satisfação pessoal, o belo causa uma sensação agradável aos outros; assim sendo, podemos dizer que ele é uma espécie de boa ação. Antes de mais nada, à medida que uma sociedade eleva seu grau de civilidade, é natural que tudo se torne belo: esta é a verdade. [...]
Por Meishu-Sama - Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 5
Publicado em 11 de julho de 1951