FILOSOFIA DA INTUIÇÃO (Primeira parte)
Quando jovem, fui simpatizante da teoria do renomado filósofo francês Henri Bergson. Ainda me lembro de suas teorias com frequência e, nesta oportunidade, desejo apresentá-las por considerá-las de grande utilidade até mesmo do ponto de vista da fé.
A filosofia de Bergson se baseia nos três pontos que se seguem: "Tudo muda constantemente", "Teoria da intuição" e "O eu do momento". Dentre eles, o que mais me tocou foi a "Teoria da intuição", segundo a qual não é simples para o ser humano ver as coisas como elas são, sem a menor distorção. A apreensão da realidade das coisas é verdadeiramente difícil. Por que será?
Originariamente, os seres humanos carregam dentro de si uma combinação de conceitos que foram formados pela educação, pela tradição, pelos costumes etc. e se encontram latentes em seu íntimo como uma barreira. Contudo, eles mal percebem que ela existe.
Por essa razão, no momento em que observam as coisas, essa barreira atrapalha. No caso, por exemplo, de analisarem as religiões novas, eles afirmam que todas são religiões falsas e supersticiosas, heréticas ou fraudulentas, mas isso é devido à interferência dessa barreira.
As pessoas de hoje são constantemente influenciadas pela opinião dos repórteres por meio da leitura de jornais e revistas. Por intermédio da audição, sofrem a influência de rádios e escutam boatos, o que contribui para tornar a referida barreira ainda mais sólida.
Mesmo presenciando um milagre da cura de uma doença pela fé que o médico foi incapaz de resolver, não conseguem aceitar o fato sem relutância.
Antes de mais nada, ocorre-lhes a desconfiança, mas isso também é devido ao bloqueio.
No centro deste, existe uma concepção de que a medicina é que cura as doenças; por conseguinte, se vier a ocorrer a cura, dizem que foi em razão do momento propício para tal. Assim, todos nós sabemos, por experiência vivida, que a barreira cria inúmeros pretextos e distorce a realidade.
Por Meishu-Sama - Coletânea Alicerce do Paraíso - Vol. 4
Publicado em 30 de janeiro de 1950