Pensando na felicidade de ter sido salvo, não posso deixar de retribuir a graça que me foi concedida, empenhando-me, para tanto, de corpo e alma. (Primeira parte)
(...) Originariamente, todas as coisas existentes no mundo movem-se graças ao princípio da correspondência e foram criadas de modo a estar de acordo com a lógica. Isso é particularmente notável na fé. As afirmações de Buda Sakyamuni: “Tudo o que nasce está sujeito a desaparecer” e “Todo encontro está condenado à separação” se referem a isso de forma sucinta. A “Lei de Causa e Efeito” e o sentido da frase: “A felicidade ou a infelicidade desta vida é o resultado da ação praticada na vida passada” são a mesma coisa. Pelo exposto, podemos compreender que, se um doente em estado grave já sem esperanças de continuar vivendo e preparado para morrer obtiver a cura completa, é óbvio que ele agradeça a Deus e procure retribuir a graça com todas as suas forças. Apesar de esse procedimento estar de acordo com a lógica, se ele se esquecer disso, estaria recebendo a graça sem retribuir, o que denota extrema ingratidão. Explicando de forma mais clara, vamos considerar que o valor da vida seja dez; se a gratidão da pessoa for também dez, ficam elas por elas. Entretanto, se a gratidão for acima de dez, a parte excedente se tornará crédito. Assim, Deus recompensará a pessoa com graças, multiplicando esse excedente várias vezes. Por outro lado, se a gratidão for apenas cinco, a diferença ficará como dívida a Deus. Isto posto, será melhor saldá-la o quanto antes, pois a negligência fará aumentar os juros e, consequentemente, a dívida. Nesse ponto, não há nenhuma diferença quando comparamos com o Mundo Material, que também está baseado no princípio da correspondência.
Quando a dívida se acumula e ultrapassa determinado limite, a pessoa recebe a intimação e embargo do Tribunal Divino. Esta é a causa da repurificação. Portanto, se ela perceber essa realidade e pedir perdão a Deus do fundo do coração e pagar a dívida e os juros, é evidente que será salva.
Por Meishu-Sama - O pão nosso de cada dia, vol. 2 - Poema 139
Publicado em 27 de maio de 1953