Sem a existência de meu pai e de minha mãe, não existiriam, neste mundo, meu corpo e minha alma. (terceira parte)
No caso de elos espirituais entre pais e filhos, existe um ponto ao qual se deve prestar atenção: como eles sempre estão pensando uns nos outros, há um reflexo mútuo, e a índole dos filhos sofre a influência da índole dos pais, por intermédio do elo espiritual. Portanto, se os pais desejam melhorar os filhos, em primeiro lugar devem melhorar o próprio espírito. Frequentemente, vemos pais que repreendem os filhos, apesar de eles próprios não terem uma conduta adequada. Isso surte pouco efeito, e o motivo é o que acabamos de expor. Muitas vezes, entretanto, nós nos perguntamos: por que pais tão maravilhosos têm um filho delinquente? A verdade é que esses pais são boas pessoas por interesse e apenas na aparência, mas a alma está nublada, e isso se reflete no filho. No caso de dois irmãos, em que um é bom e o outro é mau, o motivo tem relação com vidas passadas ou com os pecados dos pais. Vou começar explicando pelo princípio da reencarnação. O ser humano, após a morte, vai para o Mundo Espiritual, isto é, nasce naquele mundo. No budismo, isso é chamado de "ir para nascer". A partir da perspectiva do Mundo Espiritual, isso faz sentido. Ali se efetua a purificação das impurezas e dos pecados cometidos no Mundo Material, e os espíritos que atingiram certo grau de purificação voltam a nascer neste mundo, ou melhor, reencarnam. Todavia, há aqueles que foram maus em vida e, no momento da morte, devido às penalidades imputadas e a outros motivos, se arrependem e compreendem que não se deve praticar o mal de forma alguma. Ao reencarnarem, fazem o firme propósito de se tornarem virtuosos na próxima vida e se dedicam enormemente ao bem. Vemos, pois, por este princípio, que, embora alguém seja muito bom nesta vida, na encarnação anterior pode ter sido um grande perverso.
Por Meishu-Sama - O pão nosso de cada dia, vol. 2 - Poema 136
Publicado em 5 de setembro de 1948