Sem a existência de meu pai e de minha mãe, não existiriam, neste mundo, meu corpo e minha alma. (segunda parte)
Os elos espirituais sempre se modificam, tornando-se grossos ou finos. Quando há harmonia entre o casal, ele é grosso e brilhante; quando os cônjuges estão em conflito, ele torna-se mais fino e perde o brilho. O mesmo se verifica entre pais e filhos, entre irmãos etc. Da mesma forma, novos elos podem se formar quando se fazem novos amigos e, principalmente, quando se começa um namoro. Chegando o namoro ao ápice, o elo espiritual entre o casal torna-se infinitamente grosso e a troca de sentimentos, intensa: não apenas sensações agradáveis e sutis, como também sentimentos de tristeza e saudade são transmitidos entre eles. Ao final, o elo espiritual é potencializado ao extremo a ponto de uma separação não ser mais possível. Conforme todos sabem, nesse caso, mesmo que uma terceira pessoa tente convencer do contrário, além de não obter nenhum resultado, fará aumentar ainda mais o calor da paixão. Quando duas pessoas se amam, é como o polo positivo (yang) e o polo negativo (yin) em eletricidade, que geram a energia elétrica ao entrarem em contato; nesse caso, o elo espiritual passa a ter função de fio elétrico. Tempos atrás, extinguindo espiritualmente o polo positivo (yang), tive a experiência de salvar duas estudantes que, envolvidas em um relacionamento homoafetivo, estavam a um passo de cometerem duplo suicídio. Em cerca de uma semana, tendo esfriado o ardor da paixão e o apego, a moça que representava o polo positivo (yang) voltou ao natural, e a outra também. Dessa forma, o elo espiritual entre pessoas que não têm laços de consanguinidade pode ser rompido, mas não é possível romper o que existe entre parentes consanguíneos.
Por Meishu-Sama - O pão nosso de cada dia, vol. 2 - Poema 136
Publicado em 5 de setembro de 1948