Vivo para cumprir uma grande missão. Devo empenhar-me, com todas as minhas forças, na salvação do mundo. (Segunda parte)
A partir de então, com a mentalidade totalmente mudada, conscientizei-me da missão recebida dos Céus e, pela ocorrência sucessiva de milagres, a descrença foi extinta por completo. Junto a isso, meu pensamento se tornou surpreendentemente amplo. Ao mesmo tempo, ao contrário, eu possuía um lado bastante retraído. Em suma, passei a ser uma pessoa audaciosa, mas tímida.
Meu lado audacioso pode ser percebido pelas minhas aspirações e a forma como administro meus projetos. Já o lado tímido se manifesta na vergonha que eu sentia ao falar perante um grande número de pessoas - uma postura que eu mesmo achava estranha.
Ultimamente, já estou bem mais acostumado e consigo falar livremente sobre tudo aquilo que desejo. Antes, eu tinha muita dificuldade em proceder dessa maneira.
Da mesma forma, tenho profunda aversão à injustiça. Quanto mais injusta for a pessoa, proporcionalmente, surge-me maior convicção de que tenho de lutar e vencê-la de qualquer forma. Por exemplo, há quatorze anos, estou batalhando judicialmente por um terreno.
Meu oponente, tomado de impaciência, já me propôs um acordo por três vezes; mas, por ele não demonstrar nenhum sentimento de arrependimento pelo que fez, rejeitei a proposta. Atualmente, quem está em apuro maior do que a outra parte é o juiz, que não sabe mais o que fazer e tem incentivado uma conciliação.
Certa ocasião, lutei contra um jornal de renome. Na época, muitas pessoas me aconselharam a não o fazer, pois a luta contra uma grande empresa jornalística poderia resultar em prejuízos. Não cedi um passo sequer e, como já é do conhecimento do leitor, batalhei por meio do nosso Jornal Hikari. Se é por justiça, tenho a intenção de lutar até mesmo contra o mundo.
Por Meishu-Sama - O Pão Nosso de Cada Dia, vol. 1 - Poema 17
Publicado em 8 de agosto de 1951