Com o início da pandemia do novo coronavírus, em março do ano passado, concordei que meu filho, na época com 13 anos de idade, viajasse para a casa do pai, que reside em outro estado e permanecesse lá por um mês, como faz todos os anos nas férias escolares.
Com o término do período combinado, o pai solicitou que ele ficasse por mais um período, pois assim, estaria menos exposto à contaminação.
Não concordei, pois nunca havia ficado tanto tempo distante dele. Contudo, o pai insistiu, e meu filho não retornou.
Os dias se sucediam, e comecei a sentir solidão e medo. Preocupava-me muito em como ele estava e comecei a ter crises de ansiedade.
Esse estado de espírito prejudicava meu filho, que também apresentava tristeza com a situação. Tentava argumentar com o pai para mandá-lo de volta, mas este se mostrava irredutível.
Eu estava emocionalmente paralisada, não conseguia mais nem trabalhar direito.
Cheguei a pensar em trazê-lo à força, tamanho era o meu apego e desespero.
Pedia diariamente a Meishu-Sama durante as transmissões dos cultos para ele atuar e interceder ao meu favor, mas a situação não se revertia.
No fim de abril, conversei por chamada de vídeo com a ministra do Johrei Center e relatei os fatos.
Ela orientou-me a orar entregando tudo a Meishu-Sama e pedir que a Vontade Divina prevalecesse, ao invés de querer impor a minha.
Recomendou que intensificasse a leitura dos Escritos Divinos e refletisse sobre os pontos que precisava aprimorar: tirar o apego, controlar o ga, não ficar irada, treinar a paciência e confiar em Deus.
No dia seguinte, o ensinamento lido no culto matinal da Sede Central foi Sabor da Fé, segundo o qual estar em estado de graça é chegar a um estado de espírito em que, após o máximo esforço em qualquer situação, a pessoa se entrega a Deus.
Refleti e compreendi que tudo estava ocorrendo de acordo com a Vontade Divina e tranquilizei-me.
Enviei uma mensagem a meu filho, transmitindo-lhe alegria e segurança.
Afirmei que, junto do pai, estaria mais resguardado e bem cuidado e que esse momento seria importante para ele fortalecer o laço afetivo com a família paterna.
Depois disso, tudo mudou. Meu filho ficou tranquilo e feliz, vivenciando experiências que muito contribuirão para sua vida futura.
Eu deixei de sofrer com a situação e consegui dar prosseguimento às atividades despreocupadamente.
Ele regressou após cinco meses. Hoje percebo o quanto mudei depois dessa experiência.
Aprendi que meu filho não é propriedade minha; que a missão que me cabe é contribuir para a formação de seu caráter e personalidade, auxiliando-o a se tornar um indivíduo útil a Deus e ao bem-estar da sociedade.
Agradeço a Deus, a Meishu-Sama e aos meus antepassados esse aprendizado. Comprometo-me a continuar estudando e aplicando os Ensinamentos de Meishu-Sama no dia a dia, para que eu possa viver constantemente em consonância com a Vontade Divina.
Muito obrigada.