Em 2019, a situação se intensificou e passei a vivenciar muitos conflitos. Em decorrência disso, a autoestima ficou baixa e afastei-me das pessoas de que eu gosto e que gostam de mim.
Tornei-me solitária e infeliz. Sabia que precisava crescer espiritualmente, mas não sabia como fazer, pois, mesmo dedicando como assistente de ministro, eu não me achava útil à Obra Divina.
Em 2020, recebi da ministra o convite para assumir o Programa Horta Caseira do Johrei Center. Entendi como uma oportunidade de me reencontrar e aprender com a natureza e de mudar definitivamente meus sentimentos e atitudes.
Com o início da pandemia e a suspensão das atividades presenciais na igreja, a horta perdeu um pouco de vida. Percebi o longo processo que eu e a horta teríamos que enfrentar para nos reconstruirmos, mas acreditei que juntas faríamos uma grande transformação.
Assim, comecei a cuidar da horta, com o sentimento de que ali estava sendo construído um Solo Sagrado. À proporção que ela tomava forma, sentia-me mais leve e agradecida. Realizava, também, a vivência de horta caseira com membros e frequentadores.
A fim de ganhar força e permissão para fazer a transição dentro de mim, praticava em média 15 Johrei por dia, entre receber e ministrar. Aos poucos, vencia o egoísmo e o apego, reconhecia os erros e aprendia a conviver harmoniosamente com o que me desagradava.
A todo instante, pedia a Meishu-Sama que me utilizasse como seu instrumento e que não me deixasse agir conforme minha vontade.
Foi quando um membro me chamou e agradeceu. Disse que, após participar da vivência, arranjou um trabalho que estava transformando sua vida.
Senti uma alegria imensa por estar sendo útil para que Deus pudesse atuar na vida das pessoas através da Coluna de Salvação da Agricultura Natural.
A cada dia, estou mais dócil, buscando ser atenciosa, prestativa e polindo sentimentos, pensamentos e ações.
Antes, eu acreditava que a horta tinha como objetivo levar à mesa dos praticantes hortaliças e legumes livres de agrotóxicos. No entanto, aprendi que é muito mais que isso: ela tem o poder de transformar a vida de qualquer um por meio do respeito e da gratidão a Deus e à natureza.
Agradeço a Deus, a Meishu-Sama e aos meus antepassados a permissão de fazer a migração de meus sentimentos e pretendo ser uma pessoa cada dia melhor e mais útil à Obra Divina.
Muito obrigada.