Tenho 79 anos de idade e, em julho, completo 57 anos de membro da Igreja Messiânica.
Atualmente, dedico como ministra benemérita no Johrei Center Jundiaí, ligado à Igreja Lapa.
Gostaria de compartilhar alguns dos grandes milagres que vivenciei ao longo da vida missionária e como o meu destino e o de minha família se transformaram por meio do servir à Obra Divina e das práticas da fé messiânica.
Casei-me em 1963. Eu tinha 21 anos e meu marido, 22. No ano seguinte, nasceu meu primogênito. Logo nos primeiros dias de vida, ele começou a apresentar um comportamento irritadiço. Chorava muito e não conseguia se alimentar.
Mesmo com todos os medicamentos prescritos, ele não apresentava melhoras.
Com 40 dias de nascido, além de chorar muito, ele parou de evacuar. Nem mesmo o pediatra entendia o que se passava.
Uma sensação de impotência e um desespero tomaram conta de todos.
Certo dia, ouvi de meu pai as seguintes palavras: "Helena, essa criança está tomando muitos remédios e não está melhorando. Tem um japonês aqui no bairro que faz uma oração e muita gente está indo lá. Por que não leva o menino para se benzer?"
Respondi: "Pai, japonês que benze?! Que coisa estranha!
Meu pai disse: "Ele está se tratando com os melhores médicos da cidade e não está melhorando. Você não tem nada a perder."
Então, no mesmo dia, eu e minha mãe nos dirigimos à casa do referido senhor e fomos recebidas por ele e sua mulher.
O nome dele era Sizuki Inoue e o da esposa, Midori Inoue, que nós carinhosamente passaríamos a chamar de Sr. Benedito e Dona Joana.
Eles haviam recebido o Ohikari (Medalha da Luz Divina) no município de Atibaia em 1959, após dona Midori ter-se curado de um grave problema no coração.
Mudaram-se para Jundiaí em 1964 em busca de melhores oportunidades de trabalho, iniciando, ao mesmo tempo, a difusão da Igreja Messiânica na cidade.
Poucos minutos após o início do Johrei, meu filho parou de chorar e começou a evacuar muito, sujando Dona Midori, que estava com ele no colo, bem como a sala da casa.
Fiquei envergonhada e queria limpar, mas eles me impediram e afirmaram: "A senhora recebeu uma grande graça!"
Este foi o nosso primeiro milagre com o Johrei. Durante três ou quatro meses frequentamos a casa do casal diariamente. Meu filho parou de chorar com tanta frequência e começou a se alimentar normalmente.
O milagre vivenciado por meu filho, assim como tantos outros ocorridos na época, ficaram conhecidos na cidade e muitas pessoas começaram a ir receber Johrei. Formavam-se filas de 100 pessoas ou mais na frente da casa do Sr. Inoue diariamente.
Com a melhora de meu filho, pensei que seria egoísmo da nossa parte ocupar o espaço de pessoas que precisavam de mais ajuda do que nós e paramos de ir receber Johrei.
Passadas umas duas semanas, o casal foi nos visitar e enquanto eu preparava um café, o Sr. Inoue me perguntou: "A senhora não tem mais ido receber o Johrei. O que aconteceu?"
Ao ouvir minha explicação, ele disse: "A senhora acha que isso é altruísmo? Ser altruísta é ir até lá e ministrar Johrei às pessoas!"
Ele, então, nos convidou para nos tornarmos membros da Igreja Messiânica.
Assim sendo, no dia 30 de julho de 1965, meu marido, eu e mais três pessoas tivemos a permissão de receber o Ohikari das mãos do Reverendíssimo Fujieda, esposo de Sandai-Sama e genro de Meishu-Sama que estava em viagem missionária pelo Brasil, formando assim, o primeiro grupo de membros de Jundiaí.
A partir daí, começamos nossa caminhada na fé messiânica.
Ia à casa do sr. Inoue todos os dias, onde ficava das 13 às 18 horas ministrando Johrei. Um dia disse-lhe que gostaria muito de ler os Ensinamentos de Meishu-Sama.
Como na época não havia publicações traduzidas, ele me entregou uma em japonês.
Argumentei que não entendia japonês, ao que ele me respondeu: "Não se preocupe! Só olhe para as letras. Assim você receberá a Luz de Meishu-Sama através dos olhos".
Passei a realizar essa prática frequentemente e era invadida por uma profunda paz e tranquilidade.
Com o aumento do número de membros, em 1967, tivemos a permissão de inaugurar a primeira unidade religiosa.
Dedicava diariamente na igreja e externamente. Participava de reuniões de Johrei nos lares, prestava assistência religiosa e fazia difusão pioneira em diversos bairros e cidades próximas.
Essas atividades trouxeram grande expansão para a Obra Divina em nossa cidade e tive a oportunidade de presenciar diversos milagres.
Nesse período, tivemos mais quatro filhos e sempre os levávamos para as dedicações.
Todos passaram pelas conhecidas doenças infantis, como: catapora, sarampo, caxumba, inflamações de garganta dentre outras.
Houve momentos em que purificaram ao mesmo tempo. Em tais ocasiões, intensificávamos o Johrei e logo eles se recuperavam, nunca precisando tomar medicamentos.
Em 1977, estava grávida de três meses do sexto filho. Na consulta pré-natal, a médica disse que eu estava com uma grande lesão no útero.
Ela recomendou retirar o orgão e o bebê, pois seguir com a gravidez representaria um grande risco para minha vida.
Fiquei apavorada e fomos buscar orientação com o Sr. Inoue. Ele recomendou que eu fosse ao culto mensal da Sede Central para buscar Luz maior no Taka-ama-hara (assento de Deus) e receber Johrei com o ministro Tateyama, que dava apoio à difusão na nossa localidade.
Assim eu fiz. Após o culto, recebi mais de três horas de Johrei. Quando ele encerrou, eu estava mais leve e esperançosa.
Após isso, a gestação seguiu normalmente, e não tive nenhum problema durante o parto.
Nosso filho nasceu em 15 de outubro de 1977.
Nesse dia, ocorreria a entronização da Imagem da Luz Divina em nosso lar.
Pela manhã, em meio à preparação, comecei a sentir as contrações. Meu marido me levou ao hospital e retornou a casa para concluir os preparativos para a cerimônia, que se realizou à tarde, no mesmo instante em que eu dei à luz.
Alguns meses depois, retornei à médica, e ela me informou que o útero estava perfeito; só havia uma cicatriz normal por conta da gravidez.
Em 1981 o Sr. Inoue faleceu. No mesmo ano, meu filho mais velho estava andando pela rua quando um ônibus perdeu o controle e bateu em um poste. Ele não foi atingido; porém, com a forte colisão, os fios de energia caíram sobre ele.
Todos que testemunharam o acidente não acreditavam que ele havia saído com vida. Teve apenas a língua queimada por conta do choque elétrico e não ficou com nenhuma sequela.
Alguns anos depois, meu quarto filho sofreu um gravíssimo acidente de carro, mas teve a vida salva, tendo somente algumas escoriações.
Os milagres se estendiam por toda a família, a qual também passou a seguir a fé messiânica.
Depois de muitos anos com problemas de alcoolismo, meu pai deixou de beber, e minha mãe se curou da enxaqueca que a acompanhava desde jovem.
Em 1989, recebi o título de ministra assistente e, em 1994, tornei-me ministra adjunta. No mesmo ano assumi a função de responsável pela difusão em nossa cidade. Gradativamente, fomos crescendo em número de membros e ampliando a expansão aos municípios vizinhos.
Ao todo, 80 pessoas de minha família ingressaram na fé messiânica, incluindo meus pais, irmãos, filhos, sobrinhos, cunhados e diversos parentes.
Hoje posso afirmar com convicção que Meishu-Sama salvou minha família, pois todos gozamos de saúde, prosperidade e harmonia.
Durante a vida, experimentei muitos momentos amargos e difíceis, mas em todos eles busquei em Meishu-Sama e nas dedicações a força de que precisava para vencer.
Agradeço a Deus, a Meishu-Sama e aos nossos antepassados a permissão de dedicar na Obra Divina, bem como ao Sr.Inoue e à Sra. Midori, por nos terem conduzido ao caminho da salvação.
Muito obrigada.