O BEM E O MAL (Segunda parte)
Por: Meishu-Sama
[...] A guerra é um homicídio em massa. Desde a antiguidade, aqueles considerados heróis provocaram guerras para conseguir poder e satisfazer desatinadas ambições, seguindo a ideia de que “o vitorioso sempre está certo”. Segundo, porém, o provérbio “quem domina o mundo, um dia será por ele dominado”, a História nos mostra o fim, quase sempre trágico, desses “heróis”, que brilharam apenas por um tempo. Obviamente, esses atos são motivados pelo mal.
Se fosse certo o conceito popular de que “não importa enganar, contanto que não se seja descoberto”, seria até mais vantajoso e inteligente praticar toda espécie de maldade e viver suntuosamente.
O mal surge, ainda, do pensamento de que, após a morte, o ser humano retorna ao Nada e que não existe vida no Mundo Espiritual.
Embora a sorte favoreça o homem mau e este tenha êxito durante algum tempo, a realidade nos mostra, sem exceção, que, a longo prazo, ele está fadado à ruína. Isso porque aquele que comete delitos vive inquieto e atormentado pelo receio de ser preso.
Sob a tortura da sua consciência acusadora, é induzido ao arrependimento, sendo frequente o caso de criminosos que, quando se entregam ou quando são presos, se alegram com o cumprimento da pena, porque assim recobram a paz de espírito. Isso significa que sua alma atribuída por Deus está sendo censurada por Ele uma vez que aquela se comunica com Deus por meio do elo espiritual.
Ao praticar o mal, mesmo que consiga enganar os outros, a pessoa não pode enganar a si mesma. Já que o ser humano está ligado a Deus por meio do elo espiritual, todos os atos humanos são do conhecimento Divino. Além disso, tudo fica registrado em detalhes no livro do Enma e, por essa razão, o mal jamais compensa.
Existem também pessoas que não praticam más ações, entre outros motivos, para se resguardarem, pois, apesar de pretenderem o mal, temem o descrédito da sociedade; muitas vezes, falta-lhes coragem, apesar de desejarem seus proveitos.
Por outro lado, muitos praticam o bem por conveniência, sabendo que as boas ações conquistam a confiança e são compensadoras; ou melhor, praticam o bem na esperança de retribuição. Isso não passa de uma negociação, pois eles vendem favores para comprar gratidão. Esse tipo de bem não oprime o próximo nem afeta a sociedade.
Os praticantes desse tipo de bem são muito melhores do que as pessoas más; porém, não se pode dizer que sejam verdadeiras pessoas de bem. Deveriam ser chamadas de pessoas de bem passivas. Perante os olhos de Deus, elas não são verdadeiras pessoas de bem, pois Seu olhar penetra no mais profundo íntimo do ser humano. [...]
Por Meishu-Sama – Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 1
Publicado em 5 de setembro de 1948