Escritos Divinos

Ensinamento do dia

COMO AVALIAR A RELIGIÃO (Primeira parte)

Por: Meishu-Sama

Tenho observado que, quando as pessoas avaliam a religião, não conseguem atingir o ponto vital da questão, que é a sua posição. A religião está acima de qualquer outra coisa.

Comparadas com a religião, a filosofia, a moral e a ciência ocupam uma posição inferior. Entretanto, por desconhecimento disso, usam-se expressões como "filosofia da religião" e outras semelhantes, tentando-se interpretar filosoficamente a religião, quando deveria ser exatamente o inverso.

Em outros termos, é como se procurássemos explicar algo metafísico por meio de princípios materiais. Afinal, a religião foi criada por Deus, e a filosofia, pelo ser humano.

A religião também difere da moral. Esta, como a filosofia, também é criação humana, mas há uma diferença entre ambas: a filosofia é de caráter ocidental e científico, ao passo que a moral é de caráter oriental e psicológico.

Comparada com a filosofia e a moral, a ciência é mais voltada à matéria, sendo notórios os pontos divergentes entre ela e a religião. Por todos esses motivos, podemos perceber o quanto a visão dos intelectuais da atualidade em relação à religião está distorcida.

Analisemos isso mais profundamente. A filosofia se estrutura por meio de teorias criadas pelo ser humano e, por esse motivo, fica evidente sua posição quando comparada à religião.

Quando se vai a fundo numa questão por meio da filosofia, é comum deparar-se com uma barreira intransponível e não se chegar a lugar nenhum. Uma prova disso é que quanto mais se pesquisa, mais perdido se fica. Uma dúvida gera outra, sendo praticamente impossível chegar a uma conclusão.

Em consequência disso, a tendência é ficar desgostoso da vida e, em caso extremo, há quem chegue a pensar que a solução é recorrer ao suicídio. Este é um fato que todos conhecem.

Por outro lado, não se pode negar que a moral tenha contribuído para o bem da sociedade até os dias de hoje. Ela, no entanto, nasceu da mente de pessoas sábias e busca o aperfeiçoamento humano por meio de códigos de conduta e, por essa razão, não chega a mover a alma.

Além disso, no Japão antigo talvez fosse aceitável, mas uma vez que a moral possui caráter oriental e, atualmente, tudo está dominado pela cultura ocidental, aquela já não consegue convencer as pessoas. Prova disso é o seu contínuo enfraquecimento. [...]

Por Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 2

Publicado em 29 de abril de 1950

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