CULTIVO AGRÍCOLA SEM ADUBOS (4ª PARTE)
Por: Meishu-Sama
Primeiramente, quero explanar a teoria e sua prática. Afinal, qual é a capacidade do solo? Ele é formado pela união de três elementos fundamentais – terra, água e fogo –, que constitui a força da trilogia.
Evidentemente, o elemento terra é a força fundamental para o desenvolvimento das plantas, e os elementos água e fogo são forças complementares.
Logo, de acordo com a qualidade do solo, que é a força primordial, a influência nas plantas será boa ou má. Assim sendo, a condição básica para desenvolvermos um bom cultivo é a melhoria da qualidade do solo. Quanto melhores forem as propriedades do elemento terra, mais satisfatórios serão os resultados.
Então, qual é o método para tornar o solo fértil? Sem dúvida, consiste em fortalecer sua vitalidade. Para tanto, é necessário, primeiramente, torná-lo puro e limpo, pois, quanto mais puro ele for, maior será sua força para o desenvolvimento das plantas.
Até hoje, contudo, a agricultura considerava positivo aplicar ao solo o máximo possível de adubos, contrariando o que foi exposto, de onde se pode concluir o quanto ela está errada. Para explicar isso, acho que o leitor poderá compreender melhor se eu recorrer a uma explicação que mostre o contrário dessa lógica.
O que seria isso? Desde a antiguidade, os adubos são considerados indispensáveis ao plantio, mas a verdade é que quanto mais os agricultores os aplicam, mais eles vão "matando" o solo. Com a adubação, conseguem-se bons resultados temporariamente. Pouco a pouco, no entanto, o solo vai-se envenenando, tornando-se necessário o uso de mais adubos para a obtenção de boas colheitas. Assim, quanto maior for a quantidade de adubos, maior será o resultado contrário.
A melhor prova disso está no fato de que, quando a colheita de arroz começa a diminuir, os rizicultores acrescentam terras de outros locais ao seu campo irrigado, para melhorá-lo. Com esse procedimento, a produção agrícola aumenta temporariamente.
Nesses casos, eles partem de um julgamento equivocado e interpretam que o cultivo consecutivo, ao longo dos anos, absorve os nutrientes do solo, causando seu empobrecimento. Entretanto, não percebem que isso ocorreu devido à sucessiva utilização de adubos.
As terras novas, isentas de adubos, que são introduzidas ao arrozal, têm atividade mais intensa e, por isso, é possível obter bons resultados. Gostaria de encerrar a explicação teórica e esclarecer, uma a uma, as vantagens práticas da não utilização de adubos.
Por Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 5
Publicado em 1º de julho de 1949