A RESPEITO DO JARDIM DA TERRA DIVINA (Primeira parte)
Por: Meishu-Sama
Este jardim de Deus, que estou construindo há cinco anos, em Gora, na cidade de Hakone, já está cerca de oitenta por cento pronto. Mesmo assim, comparado aos famosos jardins existentes desde os tempos antigos, em todo o Japão, talvez possa parecer um tanto arrogante da minha parte, mas além de não deixar nada a desejar, posso dizer que há uma grande diferença de nível entre este e os demais jardins.
É claro que existem muitos jardins maravilhosos, cada um com suas características; porém, seja ele qual for, sinto que não possui peculiaridades tão relevantes quanto o de Hakone.
Já a Terra Divina é totalmente diferente dos outros locais. Possui pedras e rochas de variados tipos e tamanhos em abundância, o que nos causa espanto. Dispondo-as de acordo com a orientação Divina, construí seu jardim em um estilo totalmente novo, sem me basear em modelos existentes e sem me submeter aos antigos procedimentos. Até no que diz respeito às árvores, juntei várias espécies para combiná-las convenientemente com as pedras e as rochas.
Em se tratando das cascatas e correntes d’água, estas foram feitas para expressarem, ao máximo, o encanto da natureza. Assim, somando a beleza das montanhas e das águas à dos jardins, procurei expressar o que há de melhor e mais elevado na arte da natureza.
Sem dúvida, meu objetivo é, através dos olhos da pessoa que vê esse quadro, fazer aflorar o sentimento do belo latente em seu interior e fazer com que seu caráter melhore naturalmente, eliminando as impurezas do espírito.
As pedras, as árvores e as plantas foram cuidadosamente selecionadas e utilizadas com carinho, como se alguém tivesse pintado um quadro, utilizando materiais in natura. Gostaria, portanto, que apreciassem o local com esse espírito. [...]
Por Meishu-Sama – Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 5
Publicado em 19 de setembro de 1951