AMOR CORRETO E AMOR INCORRETO (Segunda e última parte)
Por: Meishu-Sama
[...] Comentei sobre o relacionamento amoroso correto e incorreto. Agora, o que mais gostaria de falar é sobre a amplitude do amor. O tipo de amor a que me referi anteriormente, isto é, o amor entre os familiares e pelas pessoas que nos rodeiam é amor shojo, ou seja, um tipo de amor egoístico e bastante comum entre as pessoas em geral.
É inerente às pessoas tidas como bondosas, existindo inclusive naquelas que não seguem nenhuma religião. Nesses casos, não tenho nenhuma crítica a fazer. Em se tratando de verdadeiros praticantes da fé, porém, a situação se torna completamente diferente.
O amor dos que têm fé é do tipo daijo, ou seja, altruísta. Este amor, ampliado ao máximo, é o amor à humanidade, é o amor de âmbito mundial.
Devemos atentar para o fato de que os japoneses, até o fim da Segunda Guerra Mundial, desconheciam o verdadeiro amor daijo. Para eles, a mais elevada forma de amor era o amor à pátria. Como se sabe, oferecer a vida em prol da nação era seu maior propósito. Todavia, por ser um amor shojo e por acreditarem que era algo elevado, o resultado foi a atual e lamentável situação em que o Japão se encontra.
Partindo desse princípio, como o amor a uma etnia ou a uma classe não é verdadeiro, por mais que aqueles que o cultivam progridam por um tempo, seu fracasso é inevitável.
Consequentemente, mesmo que as pessoas se esforcem com um objetivo limitado, afirmando pertencer a esta ou àquela ideologia, não há possibilidade de obter um grande sucesso. Assim sendo, tratando-se de ideologias, só o cosmopolitismo é verdadeiro. Nesse sentido, mesmo no caso da religião, se ela não for de caráter mundial, não se pode dizer que se trata de verdadeira salvação. É por esse motivo que a nossa Igreja teve seu nome completado com o termo "mundial".
Por Meishu-Sama - Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 4
Publicado em 18 de outubro de 1950