FORÇA ABSOLUTA (Segunda parte)
[...] Vamos, agora, explicar isso com base na realidade. Em sentido amplo, essa dualidade está representada pelas duas grandes correntes de pensamento do mundo: a espiritualista e a materialista, isto é, o espiritualismo ou a cultura do espírito, e o materialismo ou a cultura da matéria.
Vejamos isso pelo aspecto religioso, pois assim fica mais fácil compreender. O budismo e o cristianismo, as duas grandes religiões do mundo, são a manifestação dessa dualidade. Como tenho dito sempre, o budismo é oriental e constitui o aspecto vertical, espiritual, enquanto o cristianismo é ocidental e representa o aspecto horizontal, material.
Até agora, o vertical e o horizontal estavam separados e, por essa razão, a verdadeira força não conseguia manifestar-se. A maior prova disso é que a harmonia, em âmbito mundial, não se consolidou, e a humanidade ainda não foi salva.
A este respeito, primeiramente, analisemos a História.
Após a era primitiva, surge uma forma de vida humana mais organizada e, então, inicia-se a fase de adorações, como o culto ao Sol, à natureza e aos objetos criados pelo homem.
Enfim, passa-se a adorar até o ser humano e, a partir dessa época, as religiões primitivas começam a surgir em diversas regiões.
Por fim, com o florescimento da cultura, nasceram religiões como o budismo e o islamismo que, por serem de caráter exclusivamente vertical, e o cristianismo, puramente horizontal, não puderam manifestar a verdadeira força.
Como resultado disso, embora não tenham chegado a fracassar, as religiões que penderam para o aspecto vertical não se desenvolveram a contento. No Japão, o budismo existe apenas na forma, e o islamismo tem sua tradição preservada em uma parte da Ásia. Já o cristianismo, devido à sua característica horizontal, está difundido em grande parte do mundo.
Uma vez que seu objetivo, o Reino dos Céus, não se concretizou, e a situação infernal da atualidade permanece, pode-se dizer que também não foi bem-sucedido.
O objetivo das principais religiões era, sem dúvida, a concretização de um mundo ideal. Todavia, como todos podem ver, o mundo se apresenta caótico, cheio de conflitos e problemas sem-fim, havendo uma grande distância entre o sonho e a realidade. Assim, temos que admitir que aquele objetivo está demasiadamente longe de ser alcançado.
É inegável que a causa dessa situação seja a falta de força, que, por sua vez, se deve à ausência de cruzamento do vertical e do horizontal. Isso também era uma questão de tempo e, do ponto de vista do Plano Divino, não havia alternativa. [...]
Por Meishu-Sama - Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 1
Publicado em 16 de janeiro de 1952