Ceda para conquistar (Segunda e última parte)
Apenas quando sou tripudiado pelo mal, imponho minha opinião, caso contrário, acato a situação. Em geral, as pessoas pensam que dar ouvidos a subalternos acarreta perda de autoridade. É realmente cômico. Bernard Shaw escreveu muitas comédias sobre isso.
O general Douglas MacArthur fugiu ao ser atacado nas Filipinas. Antes de fugir, ele disse que um dia retornaria. Naquela ocasião, comentei que ele era um grande homem e ainda empreenderia um trabalho muito importante. Isso foi possível porque ele perdeu e fugiu.
Seja como for, um militar que tem a coragem de bater em retirada torna-se um grande comandante. Os que avançam, atacando até o fim, sacrificando até mesmo a própria vida, são realmente os piores. Sendo assim, podemos observar que os efeitos são completamente opostos.
Como disse há pouco, trata-se de algo provisório. É como nos tratamentos médicos: não basta a recuperação temporária da saúde, é preciso melhorar de forma duradoura.
Creio que esta é uma verdade que está de acordo com a lógica. Por esse motivo, se a pessoa viver baseada no lema “Perdendo é que se vence”, com certeza, alcançará sucesso. Afinal, quem perde, sempre acaba vencendo.
Dessa maneira, a maioria dos fatos ocorre de forma inversa e, por isso, resultados inversos, manifestações inversas. Por conseguinte, devemos aprender observando esses fatos. Tal procedimento nos leva a ser bem-sucedidos, facilmente.
Na época em que iniciei nossa Igreja, aliás, antes disso, eu já dizia aos fiéis que agissem sem alvoroço, o mais discretamente possível, sem fazer propaganda da Igreja. Sem chamar a atenção, silenciosamente. Eu sempre dizia isso a todos. Entretanto, frequentemente, havia pessoas que me diziam que era melhor fazer publicidade, mas eu continuei agindo discretamente. No entanto, a Igreja passou a ser conhecida. A isto denomino efeito contrário.
As religiões que realizaram propagandas, objetivando ser amplamente conhecidas, tiveram resultado oposto.
Todavia, em outras atividades, a coisa é diferente. Por exemplo, as vendas de medicamentos, sabonetes etc. fazem anúncios. Ao contrário, em se tratando de trabalho sério, é melhor realizá-lo da maneira mais reservada possível.
Por essa razão, ao abrirmos unidades religiosas e ao atuarmos com o desejo de que estas sejam amplamente conhecidas pela sociedade, ocorre o contrário. Atuando comedidamente, acabam tornando-se famosas.
Por Meishu-Sama - Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 4
Publicado em 1º de junho de 1953