O Bem e o Mal (Terceira parte)
Existem também pessoas que não praticam más ações, entre outros motivos, para se resguardarem, pois, apesar de pretenderem o mal, temem o descrédito da sociedade; muitas vezes, falta-lhes coragem, apesar de desejarem seus proveitos.
Por outro lado, muitos praticam o bem por conveniência, sabendo que as boas ações conquistam a confiança e são compensadoras; ou melhor, praticam o bem na esperança de retribuição. Isso não passa de uma negociação, pois eles vendem favores para comprar gratidão. Esse tipo de bem não oprime o próximo nem afeta a sociedade.
Os praticantes desse tipo de bem são muito melhores do que as pessoas más; porém, não se pode dizer que sejam verdadeiras pessoas de bem. Deveriam ser chamadas de pessoas de bem passivas. Perante os olhos de Deus, elas não são verdadeiras pessoas de bem, pois Seu olhar penetra no mais profundo íntimo do ser humano.
Há casos em que somos tomados de dúvida e nos perguntamos: "Por que alguém tão bom sofre tanto?" Essa dúvida é decorrente da superficialidade do ponto de vista humano, que não consegue atingir o âmago das pessoas.
Na verdade, tal "indivíduo bom", quando analisado a fundo, é daqueles que não crê no invisível e pode ser considerado perigoso, pois é capaz de cometer o mal quando, por algum motivo, achar que isso passará despercebido de todos.
Por Meishu-Sama - Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 1
Publicado em 5 de setembro de 1948