Como estou agradecido! Fui salvo, e hoje meu lar é um paraíso neste mundo. (Primeira parte)
Desejo falar a respeito do sabor da fé. Não existe, neste mundo, nada que seja destituído de sabor. Tudo possui seu sabor, seu encanto: as coisas, o ser humano e a vida cotidiana.
Se o excluirmos da vida, esta se tornará insípida e o ser humano, certamente, perderá a vontade de viver. Por conseguinte, creio que não é exagero dizer que o seu apego à vida decorre do deleite proporcionado pelo sabor.
Evidentemente, também na fé existem aquelas com e sem sabor. Pode parecer estranho, mas no mundo há exemplos de fé que suscitam medo. Caracterizam-se pelo temor às divindades, pelos mandamentos que aprisionam e restringem a liberdade. Denomino essa condição de inferno da fé.
Originariamente, o ideal da fé é um contínuo estado de tranquilidade em que o ser humano vive com alegria e prazer. Então, ele percebe que a beleza da Natureza expressa nas flores, nas aves, na brisa, na lua, no canto dos pássaros, nas águas e nas montanhas são dádivas de Deus para confortá-lo.
Agradece profundamente por ser abençoado com alimentos, vestuário e moradia. Sente proximidade não apenas dos humanos, mas de todos os seres vivos da fauna e da flora. Isso significa "estar em estado de graça". É preciso chegar a um estado de espírito em que, após o máximo esforço em qualquer situação, a pessoa se entrega a Deus.
Por Meishu-Sama - O pão nosso de cada dia, vol. 2 - Poema 143
Publicado em 5 de setembro de 1948