Quando se trata de uma doença que não acarreta risco de vida, é diferente. Contudo, a ocorrência da cura de uma doença que compromete a vida significa que a pessoa ganhou uma nova existência. O fato de ela achar que é mera sorte e ocupar-se em ganhar dinheiro ou continuar vivendo como antes tem o sentido de utilizar em benefício próprio a vida que lhe fora tão especialmente concedida. Ela acaba pensando que sua vida se assemelha a uma propriedade privada. Aí surge uma grande contradição.Tempos atrás, um senhor de idade avançada que administrava uma mina foi salvo quando já estava a ponto de morrer de uma doença cardíaca. Então, ele disse que iria trabalhar firmemente para Deus. Ainda assim, certo dia voltou para a mina. Uma vez que não o via há algum tempo, pensei: “Como aquele senhor estará passando?” Já que era um grande capitalista e administrador, ele fora à mina, mas, não se sentindo bem, regressou desesperado e, depois de receber nosso tratamento, melhorou. Aí eu pensei que, desta vez, estaria tudo certo, mas me enganei, porque ele retornou à mina. Já que o fato tornou a se repetir, eu disse que o deixassem de lado, porque não tinha mais jeito. Pouco tempo depois, ele morreu. Pessoas assim não valorizam muito a sua vida, e parece até um desperdício [assisti-las. É raro encontrar alguém assim, mas é comum saber de casos semelhantes. 
Por Meishu-Sama - O pão nosso de cada dia, vol. 2 - Poema 138

Publicado em 15 de maio de 1953