Agir secretamente, enganando as pessoas, é o mesmo que furtar os pertences de alguém. (Primeira parte)
(...) Assim sendo, desejo esclarecer o motivo pelo qual, infalivelmente, os delitos acabam sendo descobertos.
O essencial é o fato de que, mesmo que as pessoas consigam enganar os olhos alheios, jamais conseguirão ludibriar a si mesmas. Embora ajam às escondidas, não conseguem ocultar o fato delas próprias e isso significa que estão cientes de suas ações.
Dessa maneira, as pessoas em geral pensam que são existências independentes da sociedade e que, portanto, não tendo nenhuma relação com os demais indivíduos, não há nenhuma inconveniência de elas agirem de acordo com sua vontade, realizando habilmente apenas aquilo que lhes convém e que proporciona benefícios próprios.
Consideram que essa é a forma de agir inteligente da atualidade. Portanto, mesmo ouvindo orientações sobre altruísmo e lições de moral de seus superiores ou de religiosos, elas se mostram aparentemente admiradas, mas no íntimo zombam deles, achando que tudo isso não passa de tolice e de promessas vazias de supersticiosos perdidos pelo mundo.
Trata-se, pois, de pessoas presas às formalidades, nulas espiritualmente, e seu valor como seres humanos é inexistente.
Escrevi a pura verdade sobre a maneira de pensar da maioria dos homens modernos. Será que as pessoas que alimentam tais pensamentos serão felizes? Sem exceção, todas acabam fracassando.
E por que fracassam? Porque, conforme já afirmei, mesmo que a ação maligna não seja do conhecimento dos outros, a própria pessoa sabe que a cometeu. E esse é o problema.
Isso ocorre, pois há um lugar assustador que detecta tudo o que se passa no íntimo do ser humano. Esse lugar se assemelha a um tribunal do Mundo Material, ou seja, o local onde Enma Daio atua: o Tribunal do Mundo Espiritual.
Por Meishu-Sama - O pão nosso de cada dia, vol. 2 - poema 113
Publicado em 26 de dezembro de 1951