ESTÁ ERRADO DIZER QUE OS HONESTOS SAEM PERDENDO (Segunda parte)
Naquela época, eu era comerciante, de modo que as táticas de negociação e as mentiras deveriam trazer-me muitas vantagens. Todavia, eu não conseguia me sair bem e acabei decidindo voltar à honestidade, traço natural de meu caráter. O interessante é que, depois disso, os resultados começaram a ser melhores do que eu esperava.
Em primeiro lugar, alcancei maior credibilidade no mundo dos negócios, tudo passou a se processar em um ritmo excelente e, por algum tempo, atingi um patrimônio considerável. Assim, deixei-me levar pela empolgação e dei um passo maior que a perna. Nessa situação, quando me deparei com a crise do setor financeiro, sofri uma derrocada a ponto de não conseguir mais recuperar-me. Foi isso que me fez abraçar a vida religiosa.
Desde que decidi voltar aos princípios da honestidade, até hoje, continuo seguindo esse caminho. Obviamente, os resultados são ótimos. Durante um período relativamente longo, houve ocasiões em que fui mal interpretado, criticado, perseguido. Enfrentei caminhos tortuosos e espinhosos, mas nunca deixei de ter a confiança das pessoas, o que ainda atribuo, com toda convicção, à minha honestidade.
Parece que os homens contemporâneos possuem uma visão a curto prazo e uma tendência a se deixar encantar pelos resultados momentâneos. É, pois, necessário que, diante de qualquer situação, se observem os fatos com uma visão a longo prazo. Isso é válido para todas as circunstâncias.
Por Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 1
Publicado em 20 de abril de 1949