A CULTURA DE SU (Segunda e última parte)
Outro exemplo é a criminalidade. Atualmente, a única maneira para tentar impedi-la é fazer com que o criminoso aprenda a lição com o sofrimento decorrente da pena que lhe foi imposta. Trata-se, pois, de um processo semelhante ao tratamento baseado nos sintomas empregado pela medicina.
Por esse motivo, quando alguém comete um crime, geralmente vem a perpetrar outros. Existe quem pratique dezenas deles e até mesmo quem os cometa a vida inteira, passando mais tempo de sua vida preso do que em liberdade. A causa também está na falta do ponto, ou seja, da alma.
Pode-se dizer a mesma coisa sobre a guerra. Aumentando-se o poderio militar, o inimigo sentirá que não tem condições de vencer e desistirá da luta por algum tempo. Todavia, isso não passa de um meio de protelar a guerra; a História tem demonstrado que, um dia, inevitavelmente, ela recomeçará.
Assim sendo, podemos entender que a cultura existente até agora era apenas um círculo sem o ponto no centro.
Eu sempre me refiro aos noventa e nove por cento e um por cento. Se for inserido o "ponto" em um círculo, isso significa que, por meio de um por cento, modificam-se noventa e nove por cento.
Em outras palavras, representa destruir noventa e nove por cento do mal com a força de um por cento do bem. Seria o mesmo que, com a força desse um por cento, tornar branca uma circunferência prestes a ser pintada totalmente de preto.
Relacionando isso ao mundo, significa preencher essa civilização vazia com conteúdo, ou melhor, colocar-lhe uma alma. Dessa maneira, daremos vida à civilização, que, até agora, só apresentava forma, como se fosse uma existência morta. Será o nascimento de um novo mundo.
Por Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 1
Publicado em 10 de setembro de 1952