NOSSA RELIGIÃO E O PRINCÍPIO DO GRANDE CAMINHO (Segunda e última parte)
Na Inglaterra, o gabinete constituído pelo Partido Trabalhista, ao contrário do que se esperava, teve um resultado ruim no seu primeiro ano. Se fosse no Japão, ele teria sido fortemente criticado.
De fato, a tolerância dos ingleses é extraordinária. Chegou a impressionar-nos a confiança que eles depositaram em Sir Attlee e a paciência com que ficaram aguardando os resultados.
Nos Estados Unidos também se dá o mesmo. Uma vez que o mandato presidencial nesse país é de quatro anos, vem sendo possível a realização de uma política arrojada.
Vencedores da Segunda Guerra Mundial, os americanos prestaram amplo auxílio à Europa e ao Leste Asiático, e esse gesto magnânimo se deve, efetivamente, ao presidente Roosevelt, que ganhou quatro eleições consecutivas. Após governar por doze anos seguidos, realizando uma política ousada, ele foi reeleito para mais um mandato.
A situação atual do Japão, como à que me referi, é uma consequência da incapacidade de livrar-se da sua mentalidade estreita de país insular. Por essa razão, nesta oportunidade, todos os japoneses deveriam empenhar-se, antes de mais nada, em cultivar o espírito de tolerância, e sinto que esta é tarefa urgente a ser cumprida neste momento.
Se o objetivo da religião é formar um mundo sem conflitos, é preciso, antes de mais nada, corrigir a postura de intolerância que exclui os demais com base em um complexo de superioridade.
Nesse sentido, nós também devemos avançar sem pendermos para a direita ou para a esquerda, nem ficarmos presos ao centro, mas abraçar todos os princípios e opiniões, promovendo um ideal nobre e grandioso, um pensamento universal e inclusivo. Denomino isso Princípio do Grande Caminho.
Por Meishu-Sama - Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 3
Publicado em 30 de janeiro de 1950