RELIGIÃO E ARTE (2)
Por: Meishu-Sama
Até hoje, as pessoas vieram pensando que quase não existe relação entre Religião e Arte, mas eu creio que isso é um grande equívoco.
Acredito que a missão da arte é melhorar os sentimentos humanos e enriquecer a vida, dando alegria e sentido a ela. Quem possui inclinação para a literatura e as belas-artes sente indescritível alegria ao apreciar as paisagens do campo, do mar, das flores da primavera e das folhas avermelhadas do outono.
Não é exagero dizer que o Paraíso Terrestre que temos por ideal é o Mundo da Arte.
Trata-se do que comumente se chama mundo da Verdade, do Bem e do Belo, sendo que a arte é a própria representação do belo.
Então, por que será que ela foi negligenciada até os nossos dias?
Os antigos monges virtuosos pintavam, eram hábeis escultores e até mesmo elaboravam os projetos dos templos.
Assim, demonstraram surpreendente genialidade no campo artístico.
Entre esses artistas religiosos, certamente, quem se sobressaiu foi o príncipe Shotoku.
Todos concordam quanto à excelência da ainda fulgurante arquitetura do Templo Horyuji - obra-prima do príncipe -, situado na cidade de Nara, e nem conseguem imaginar que tanto o templo quanto as pinturas e as esculturas que adornam seu interior tenham sido criados há mais de 1.300 anos.
Por terem surgido muitos santos e monges notáveis que divulgaram suas doutrinas, levando uma vida de abstinência, com alimentação frugal e vestimentas pobres, certamente começou-se a pensar que não existe nenhuma relação entre Arte e Religião. Aqui, imperam a Verdade e o Bem, mas falta o Belo.
Pelas razões expostas, pretendo fazer uma grande divulgação da arte.
Por Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 5
Publicado em 5 de setembro de 1948