RELIGIÃO, EDUCAÇÃO E POLÍTICA (1ª PARTE)
Por: Meishu-Sama
Podemos dizer que, atualmente, o mundo está realmente repleto de males sociais. Por toda parte, ocorrem fatos desagradáveis, uns após os outros, e a intranquilidade das pessoas atingiu o ponto máximo.
Portanto, precisamos fazer uma reflexão profunda para sabermos onde se encontra a causa que levou a sociedade a estar nestas condições.
É evidente que a responsabilidade disso deveria ser assumida pela Religião, pela Educação e pela Política, e a questão é saber em que ponto se encontra latente o gravíssimo equívoco nessas três instituições.
A chave para a solução do problema está em conhecer claramente esse equívoco.
Vou apresentá-lo a seguir.
Em primeiro lugar, na área religiosa, com exceção do cristianismo, as demais religiões tradicionais encontram-se muito defasadas em relação à nossa época. O mesmo se diz a respeito do budismo, que surgiu há mais de dois mil e seiscentos anos.
Ele visava ao povo hindu e, por mais eminente que tenha sido Buda Sakyamuni e por mais profundos que foram seus ensinamentos, não há como ambos serem condizentes com a realidade atual. Mais ainda, quando a situação se refere à atual sociedade japonesa.
Os hindus daquela época entregavam-se diariamente às meditações no interior dos bosques, lendo milhares de sutras para alcançarem a verdadeira Iluminação espiritual.
No entanto, para os homens atuais, que têm uma vida atarefadíssima, isso é impraticável. Podemos dizer que a atual e lamentável situação das religiões tradicionais de nada conseguirem fazer além de proteger os túmulos, é realmente uma consequência natural.
Não temos outra forma senão afirmar que esta situação crítica na tentativa de fazer com que a luz do budismo não seja extinta, é realmente lamentável.
Creio que ninguém poderá me contestar quando afirmo que elas estão agindo fora do campo da religião pelo fato de se valerem de atividades sociais como único meio de subsistência.
Por Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 5
Publicado em 24 de agosto de 1949