A SUPERSTIÇÃO DO ATEÍSMO (1ª PARTE)
Por: Meishu-Sama
Dentre os assuntos que são destaque nos jornais atuais, temos o problema do suborno de funcionários públicos, que, em uma sucessão, vem à tona, dando a impressão que não tem mais fim.
Essa situação nos mostra que o setor público está totalmente degenerado. Assemelha-se a um sifilítico de terceiro grau: onde quer que se aperte, sai-lhe secreção purulenta.
Nunca se viu tanta corrupção. Assim sendo, parece que as autoridades competentes têm-se empenhado arduamente na solução do referido problema.
E, para isso, evidentemente, só há um meio: corrigir a conduta dos políticos e dos funcionários públicos. Mesmo que não haja outra coisa a ser feita e que tais medidas se revelem provisórias, sabemos que, enquanto não se atingir o âmago, obviamente a reincidência de situações semelhantes será inevitável.
Em relação a isso, ultimamente o que mais têm sido alardeados são os casos de funcionários que, ocultamente, fazem uso indevido do dinheiro da empresa.
Conta-se que tais indivíduos convidam agentes do governo para reuniões em restaurantes ou em casas noturnas, oferecem-lhes magníficas recepções e, deixando-os de "rabo preso", conseguem concluir negócios altamente vantajosos para si próprios.
Acredito que tais gastos são realmente consideráveis, e é o povo que vai pagá-los com o aumento dos preços e dos impostos, o que mostra que a população, sim, é quem leva a pior.
O problema em questão exige solução radical e urgente; contudo, infelizmente, nada poderá ser feito, pois tanto a autoridade competente como os estudiosos desconhecem a causa fundamental do fato. Assim sendo, desejo ensinar um meio infalível para solucioná-lo.
Para começar, o que mais foge à lógica é que a maioria dos causadores desse tipo de problema tem formação de nível superior ou educação de alto nível.
Portanto, sinto que não há muita relação entre educação e criminalidade. Entretanto, o povo acredita piamente que a chance das pessoas que receberam educação superior cometerem crimes é menor. Este é o pensamento comum. Realmente, como os intelectuais não usam de violência, é muito natural que as pessoas pensem dessa forma.
A realidade, porém, é que eles apenas não empregam violência; em compensação, recorrem às sutilezas da inteligência. Consequentemente, o problema agrava-se, pois, uma vez que sua posição social é elevada, exercem grande influência sobre as pessoas em geral. E qual é o motivo que os leva à prática de crimes revoltantes, apesar de serem intelectuais? Como existe uma causa séria, vou expô-la a seguir.
Por Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 5
Publicado em 12 de dezembro de 1951