POR QUE AS OBRAS DE ARTE CHEGAM ÀS MINHAS MÃOS (2ª PARTE)
Por: Meishu-Sama
Com o passar do tempo, o número de objetos foi-se avolumando, e minha capacidade de avaliação tornou-se cada vez mais aguçada.
Comecei, então, a pensar que, em algum momento, precisaria construir um museu de belas-artes, e isso ocorreu há mais ou menos três anos.
A partir daí, misteriosamente, superando as expectativas, começaram a chegar às minhas mãos as peças que vinham ao encontro desse objetivo, e assim passei a compreender claramente que, por fim, Deus começara a concentrar Sua força na construção do Museu de Belas-Artes.
Os milagres relacionados a esse fato foram muitos; não sendo possível enumerar todos, citarei os mais relevantes.
Logo no começo, um antiquário especialista em maki-e misteriosamente passou a me trazer, uma após outra, obras de alto nível. Não só eu, mas o próprio vendedor dizia que, para ele também eram fatos realmente inexplicados.
Além disso, devido à conjuntura da época, consegui objetos excelentes por preços incrivelmente baixos; em termos de mercado atual, custar-me-iam, no mínimo, várias vezes mais.
Todas as peças de maki-e de alta qualidade que atualmente estão expostas em nosso Museu de Belas-Artes, foram adquiridas em apenas meio ano. Entre elas, estão expostas duas peças de autoria do extraordinário e renomado mestre Shossai Shirayama.
Tenho, ainda, outras peças suas guardadas que pretendo expor posteriormente. Hoje quase já não existem obras desse artista à venda, de onde se conclui que há poucas e quem as possui, não abre mão delas.
Por longa data, venho apreciando as obras do estilo Rinpa e as cerâmicas Ninsei.
Com o passar dos anos, elas estão ficando cada vez mais caras e, ultimamente, já não existe quase nenhuma à venda. Assim sendo, parece que os interessados têm lamentado o fato.
Entretanto, no conturbado período de pós-guerra, os preços eram baixíssimos, e pude adquirir uma quantidade considerável de obras, bem como compreender que aquilo era a manifestação do Poder de Deus.
É por esse motivo que as obras que eu desejava adquirir ou as que necessariamente deveriam existir no Museu de Belas-Artes, eu conseguia sem falta. Todas as vezes que isso ocorria, o antiquário dizia: "É um mistério! É um milagre!"
Por Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 5
Publicado em 8 de outubro de 1952