Vou explicar o significado fundamental do Museu de Belas-Artes de Hakone, que construí recentemente.

Como sempre digo, o objetivo da nossa Igreja é criar um mundo perfeitamente consubstanciado na Verdade-Bem-Belo. Como expressão do belo, concebi uma obra de arte inédita que até hoje ninguém tentara, unindo a beleza artificial à natural.

O motivo é que, até hoje, sem entrar no mérito dos outros países, apesar de o Japão ser detentor de um grande número de magníficas obras de arte que não deixam nada a desejar em relação às de outras nações, aquelas se encontravam nas mãos da classe privilegiada, que as guardavam como tesouros, sem expô-las ao público.

Só as mostravam, de vez em quando, a um grupo limitado de pessoas. Em suma, tratava-se do "monopólio" das belas-artes, e esse era o modo feudal de pensar dos japoneses até este momento.

Há algum tempo, vinha achando esse fato realmente lamentável e, portanto, de alguma forma, desejava eliminar esse mau costume e integrar as belas-artes à sociedade. Enfim, trata-se da "libertação" das mesmas e do deleite para o povo.

Acreditando que, esse sim, seria um motivo para impulsionar a arte, permanecia atento à possibilidade de realização. Pelo fato de eu ser um líder religioso, pude contar com a devotada dedicação dos fiéis. Assim sendo, o Museu de Belas-Artes foi concluído em um espaço de tempo relativamente curto, e estou imensamente feliz ao ver concretizada uma aspiração de longos anos.

Atualmente, em algumas regiões do Japão, existem museus de belas-artes particulares, mas o objetivo de sua criação difere completamente do meu propósito.

Para satisfazerem seus gostos pessoais, preservarem seu patrimônio e sua reputação, pessoas abastadas e os grandes conglomerados empresariais investiram recursos financeiros e transformaram vastas coleções de arte em entidades jurídicas com o propósito de garantir e preservar seu futuro.

Uma vez que existe uma lei regulamentadora determinando que os museus devem, por alguns dias do ano, abrir suas portas ao público, eles assim procedem apenas durante um curto período, na primavera e no outono. Por essa razão, devemos dizer que seu papel social é ainda muito limitado. [...]

Por Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso - vol. 5 - trechos

Publicado em 6 agosto de 1952