APRECIAR O BEM
Por: Meishu-Sama
Quando analiso os divertimentos do mundo, buscando classificá-los em bons ou maus, vejo que, lamentavelmente, a preferência pelos maus divertimentos parece ser muito maior. Assim sendo, não são poucas as pessoas que acham que divertimento é sinônimo de mal. [...]
[...] Tais pessoas quase sempre pertencem a classe acima da média. O povo, encantado tão somente com o que as aparências lhe permitam ver, é tomado pela inveja e, acreditando que isto é que é a vida, tenta imitá-las. Dessa forma, jamais surgirá uma sociedade sadia.
Existe até a expressão: "Os honestos saem perdendo". Isto mostra que as pessoas que vivem honestamente ficam em uma situação desvantajosa e as que se arriscam por caminhos tortuosos, obtêm êxito e usufruem uma vida luxuosa. Esta é a situação atual. [...]
[...] Assim sendo, gostaria de indagar qual seria o número de pessoas que realmente tem a consciência limpa, sem nada que as acuse?
Meu propósito é orientar as pessoas da atualidade quanto à apreciação do bem. [...] Caso tenham disponibilidade financeira, devem contribuir em prol da comunidade, praticando a virtude e ajudando os pobres.
Devem devotar-se a Deus e, regularmente, divertir-se com os familiares, indo ao cinema, ao teatro, bem como realizar excursões e viagens.
Tal comportamento gera harmonia em família; a esposa passa a respeitar e agradecer ao marido, e desaparecem as preocupações de que os filhos se tornem delinquentes. Consequentemente, uma vez que a intranquilidade financeira e os problemas de saúde são superados, os apreciadores do bem são abençoados com longevidade, alegria e esperança.
Kihatiro Okura, famoso milionário da Era Meiji, fez uma afirmação muito interessante: "Se quiserem ter vida longa, não façam dívidas".
Isto porque, não há sofrimento psíquico maior do que o provocado pelas dívidas. Creio que consigo compreender bem a afirmação de Okura, pois eu também experimentei esse sofrimento por vinte anos.
No entanto, entre os homens da atualidade, há aqueles que infringem as leis: são corruptos; preferem negócios obscuros; mantêm segredos conjugais que causam um grande caos quando descobertos, ou fazem empréstimos com juros altos. [...]
Ora, tudo isso afeta a saúde e encurta a vida. Quem entra em um "atoleiro" como este, via de regra, não consegue escapar. A única maneira de sair dessa situação é ingressar na religião. Não há outra opção.
Acima, expus o caminho do bem e do mal, ou seja, o caminho daquele que aprecia o bem e daquele que aprecia o mal. Meus leitores, entre os dois caminhos, qual deles escolher? Peço que reflitam cuidadosamente sobre o assunto.
Por Meishu-Sama – Alicerce do Paraíso, vol. 4 – trechos
Publicado em 5 de setembro de 1948