EU, VISTO POR MIM MESMO (Terceira e última parte)
Por: Meishu-Sama
[...] O desenvolvimento da Igreja está ocorrendo dia a dia, mês a mês, conforme os senhores membros podem comprovar. Por esse motivo, nada se sucede de acordo com minha vontade, mas sim conforme a Vontade de Deus: sou utilizado livremente.
Em suma, acredito que não passo de uma marionete manipulada por Deus. Portanto, fico a me observar com profundo interesse, pensando no que Deus me fará executar em seguida. É um fato realmente misterioso. Além disso, há diversas obras que estou empreendendo e também os hobbies relacionados a elas. Deve ser rara uma pessoa com tantas habilidades como eu. Vou escrever a esse respeito.
É dispensável dizer que sou um religioso. Contudo, não sou considerado como tal. Então o que sou? Soa um pouco estranho, mas seria bastante adequado se me considerassem um “empreendedor da salvação”. Ouço constantemente que meus discípulos salvam diariamente muitas pessoas e, por manifestarem milagres, são respeitados como deuses vivos. Nessas ocasiões, acho graça e digo: “Se é desse jeito, significa que sou uma espécie de ‘criador de deuses vivos’.”
Eu pinto quadros, faço caligrafias, componho poemas, escrevo livros, romances, letras para músicas, artigos para revistas e jornais e sou inclusive redator. Com o objetivo de construir pequenos protótipos do Paraíso Terrestre, ainda elaboro o projeto e supervisiono a construção de edificações e jardins, o cultivo de flores, a decoração de interiores, a agricultura e assim por diante. Quem já viu o jardim sagrado de Gora, em Hakone, e o que está atualmente em construção em Atami, há de concordar.
A seguir, falarei a respeito dos meus interesses e gostos. Aprecio as obras de artistas expoentes desde os meus 14 ou 15 anos, não importando se são antigas ou contemporâneas. Gosto tanto de música japonesa quanto da ocidental. Em casa, sou eu quem mais ouve rádio. Tenho principal interesse em Política, Economia, Educação, Filosofia, Literatura, problemas sociais. E como nunca negligencio a pesquisa desses assuntos, pretendo apresentar, com regularidade, esse extenso conhecimento por meio da publicação de livros.
Resumindo, se eu me classificasse em termos profissionais, haveria uma rica diversidade: religioso; pesquisador de política, economia e educação; escritor; crítico de civilização; especialista sui generis em medicina; poeta; pintor; calígrafo; arquiteto; paisagista; agricultor; crítico de arte e música e assim por diante.
A Kannon de Mil Braços (Senju Kannon) tem 40 braços e cada um desempenha 25 atuações. Desse modo, a soma totaliza mil braços que executam todos os meios de salvação. Por esse motivo, costumo pensar: “Parece que Deus me faz atuar como a Kannon de Mil Braços.”
Gostaria de escrever mais, porém, como ficaria muito extenso, deixarei o restante por conta da imaginação dos leitores. Esta é a minha essência vista por mim mesmo.
Por Meishu-Sama – Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 6
30 de janeiro de 1950