ELOS ESPIRITUAIS (Terceira parte)
Por: Meishu-Sama
[...] Vou começar explicando pelo princípio da reencarnação.
O ser humano, após a morte, vai para o Mundo Espiritual, isto é, nasce naquele mundo. No budismo, isso é chamado de “ir para nascer”. A partir da perspectiva do Mundo Espiritual, isso faz sentido. Ali se efetua a purificação das impurezas e dos pecados cometidos no Mundo Material, e os espíritos que atingiram certo grau de purificação voltam a nascer neste mundo, ou melhor, reencarnam.
Todavia, há aqueles que foram maus em vida e, no momento da morte, devido às penalidades imputadas e a outros motivos, se arrependem e compreendem que não se deve praticar o mal de forma alguma.
Ao reencarnarem, fazem o firme propósito de se tornarem virtuosos na próxima vida e se dedicam enormemente ao bem. Vemos, pois, por este princípio, que, embora alguém seja muito bom nesta vida, na encarnação anterior pode ter sido um grande perverso.
Existem, ainda, muitas pessoas que não acreditam na vida após a morte e, por isso, depois que morrem, não conseguem viver em paz no Mundo Espiritual. Pelo apego à vida, reencarnam antes de estarem suficientemente purificadas. Assim sendo, devido ao fato de lhes restarem pecados e impurezas de vidas passadas, ocorrem ações purificadoras nesta vida. Por tais ações serem sofrimentos, o fato de uma pessoa ser desafortunada, apesar de ser boa desde que nasceu, é devido a isso.
Gostaria de apresentar, a seguir, um fato marcante relacionado à reencarnação. Há crianças que nascem com feições de velho e só dois ou três meses depois é que tomam feições normais de bebê. Isso se verifica por se tratar da reencarnação de idosos. Quem já viu casos assim, haverá de concordar comigo.
Voltando ao assunto da influência dos pais sobre os filhos, temos o caso do reflexo dos pensamentos e sentimentos incorretos dos pais sobre um dos filhos, o qual se torna mau, ao passo que a consciência – o lado bom – se reflete no outro filho e, por isso, este se torna bondoso.
Ocorre também, com frequência, o seguinte. Quando os pais acumulam fortuna ilícita, os antepassados, cientes de que se não acabar com essa fortuna, a família não terá prosperidade, escolhem um descendente e fazem com que este gaste todo o dinheiro como água, até acabar com a fortuna da família.
Na verdade, quem foi escolhido como filho esbanjador, está desempenhando o importante papel de salvar a família. Desconhecendo essa verdade, as pessoas acham que tal filho é um desvirtuado que acabou com a fortuna dos pais. Contudo, na realidade, ele é digno de pena. [...]
Por Meishu-Sama – Coletânea Alicerce do Paraíso, vol. 2
Publicado em 5 de setembro de 1948