INDIGNAÇÃO CONTRA O MAL (Primeira parte)
Por: Meishu-Sama
Uma observação mais detalhada da sociedade atual faz parecer que a indignação contra o mal no homem contemporâneo de nossos dias é muito escassa. Por exemplo, são relativamente poucos os que ficam furiosos ao saberem que um inocente está nas garras de um perverso.
Eles apenas dizem: "Que adianta ficar indignado? Além do mais, isso não tem qualquer relação com os meus interesses! É bobagem atormentar-me inutilmente... Bastam as preocupações que se referem aos meus assuntos! A vida já é dura e tão cheia de problemas e sofrimentos! Portanto, o melhor é fingir que não estou vendo nada."
Eles pensam que este é o procedimento de uma pessoa vivida. Além do mais, quando a sociedade vê tais indivíduos, respeita-os como pessoas que passaram por muitas dificuldades, que possuem larga experiência de vida. Por essa razão, é grande o número daqueles que os seguem como exemplos.
Com certa frequência, saem nos jornais, fatos como o mau funcionamento da política, a corrupção dos políticos e dos oficiais do governo, o envolvimento de lideranças nos casos de suborno e corrupção.
Ultimamente, os crimes, em especial, têm aumentado muito. Ao pensarmos no futuro do Japão, por exemplo, não podemos deixar a delinquência juvenil na situação em que se encontra.
O autoritarismo feudal dos oficiais do governo também se acha, como sempre, na mesma posição.
Devido à compreensão equivocada sobre a democracia, esfriam-se as relações entre pais e filhos, entre irmãos, bem como entre educadores e alunos.
A cobrança de impostos também se tornou abusiva. Apesar de vivermos em uma sociedade sob a bela denominação de "democracia", na realidade, o povo vive sofrendo, oprimido pelo autoritarismo. Além disso, existem incontáveis situações desagradáveis.
Não há dúvida que a causa está na escassez do senso de justiça social. Tudo ocorre porque existe um excessivo contingente de pessoas "espertas". Examinando minuciosamente os fatos, dá para entender por que a sociedade se tornou o que ela é hoje.
Em todas as épocas, os jovens são tomados por um grande senso de justiça e também por uma considerável indignação contra o mal. Ao concluírem sua vida escolar e ao se tornarem integrantes da sociedade adulta, enfrentam uma realidade tão inesperada que, à medida que somam experiências, seus pensamentos vão mudando. [...]
Por Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 5
Publicado em 25 de fevereiro de 1951