O SÉCULO XXI (4ª parte)
Por: Meishu-Sama
Ao ver a cidade, minha primeira impressão foi exclamar como era bela. Fiquei surpreendido ao ver árvores frutíferas enfileiradas entre a rua e a calçada, como ocorria antigamente com a Ginkgo biloba e os plátanos. Havia figueiras, caquizeiros, nespereiras e árvores mais baixas, como laranjeiras, pessegueiros e pereiras.
No meio da rua, existiam canteiros semelhantes aos de outrora, separando as duas mãos do trânsito. Neles se enfileiravam arbustos, cobertos de belas flores, enquanto as bordas eram coloridas por todos os tipos de flores e plantas. Enquanto eu passava lentamente por elas, chegava a mim o perfume de uma flor que não consegui identificar.
O que me pareceu mais bonito no passeio foi um canteiro cheio de hortênsias, em determinado bairro, na extensão de uma milha.
A segunda coisa mais bela foi o caminho que vinha em seguida, todo florido de dálias. Havia, também, um local onde se viam cachos de uvas pendurados nas duas calçadas das ruas, e pérgolas de glicínias, cujas flores já haviam caído e só tinham folhas.
Em diversos pontos da cidade, havia pequenas casas de chá com mesas e cadeiras enfileiradas na beira das calçadas, a fim de que os transeuntes pudessem tomar uma bebida leve, apreciando as flores.
Cada bairro possuía um ou dois pequenos parques públicos, onde as crianças brincavam alegremente e, por essa razão, a cidade também era o Paraíso das Crianças.
Alguns parques tinham, em seu centro, jardins com lagos artificiais, e o interessante é que, em sua superfície, boiavam flores de lótus. Todas as plantas eram regadas algumas vezes ao dia, em horas determinadas.
Havia um encanamento embutido nas calçadas de cimento, na borda dos canteiros, com um número incontável de orifícios. Bastava abrir a torneira para que, desses orifícios, saíssem jatos d'água, como os de um chafariz, molhando todo o jardim.
Por Meishu-Sama - Luz do Oriente, vol. 1
Publicado em 1948