FÉ CORRETA (1ª PARTE)
Por: Meishu-Sama
Zhu Xi, sábio chinês, afirma que a dúvida é o princípio da fé. Realmente, são palavras sábias. Digo sempre que, em se tratando de fé, devemos duvidar o máximo possível.
Na sociedade, existem diversos tipos de fé mas, de modo geral, ou são cheios de falsidades ou, mesmo que não cheguem a tanto, muitos adoram divindades de nível inferior ou animais como raposa, tanuki, tengu, ryujin etc. Pouquíssimas dirigem sua adoração a divindades corretas.
Por esse motivo, quando observamos as religiões detalhadamente, vemos que a maioria delas apresenta algum ponto fraco. Assim sendo, em caso de ingresso em uma religião, em primeiro lugar, deve-se questioná-la bastante, sem se prender, de forma alguma, a ideias preconcebidas. Se, a despeito de todas as dúvidas, tratar-se de uma fé que não apresente imperfeições, não haverá alternativa senão segui-la.
Existem religiões que pregam a necessidade de, primeiramente, crer para depois alcançar graças, o que é um grande erro. Ora, acreditar antes de receber qualquer graça é o mesmo que enganar a si próprio. Por esse motivo, deve-se, inicialmente, apenas procurar entrar em contato com ela e analisá-la com atenção, duvidando o máximo possível.
Se, de fato, sua doutrina e teorias religiosas forem racionais e isentas de críticas e, ainda, se a proteção divina for evidenciada por meio de milagres no cotidiano, valerá a pena filiar-se a tal notável religião.
Sabemos de religiões que abominam radicalmente o fato de seus seguidores entrarem em contato com outras, mas isso também é um equívoco, pois revela que possuem lacunas ou força insuficiente.
Se for uma religião elevada, certamente não haverá nenhuma melhor que ela. Sendo assim, ao invés de temerem o contato de seus fiéis com outras religiões, deveriam, isto sim, alegrar-se, pois a excelência da religião professada passa a ser reconhecida, e a fé se fortalece ainda mais.
Por Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 4
Publicado em 5 de setembro de 1948