Escritos Divinos

Ensinamento do dia

A SUPERSTIÇÃO DA MENTIRA (2ª PARTE)

Por: Meishu-Sama

Mesmo em se tratando de mentiras, existem as que quase não causam danos às pessoas e as que são malignas por natureza. Entre estas, as mentiras mais problemáticas são, por exemplo, as proferidas pelas autoridades cuja função é julgar crimes.

Em relação ao "Caso Mitaka", que foi manchete dos jornais recentemente, entre os vários presos sentenciados à pena de morte, com exceção de um deles, os demais foram inocentados.

Outro caso é o de dois criminosos que foram condenados à prisão perpétua e, hoje, passados três anos, outro indivíduo se apresentou como o verdadeiro autor do crime.

No "Caso Daizo", ocorrido na cidade de Osaka, o promotor pediu uma pena de cinco anos de prisão para duas pessoas que, posteriormente, foram declaradas inocentes. Ultimamente, casos como esses têm ocorrido com certa frequência, e as pessoas envolvidas são, de fato, vítimas da mentira dos promotores.

Ao ouvir esses fatos, o leitor poderá pensar: "Não há motivo para que uma pessoa como um promotor se utilize de mentiras assim." Por experiência própria, afirmo que isso pode ocorrer.

Desde a época do incidente do ano passado até o atual julgamento de que estou sendo alvo, é grande o empenho dos promotores que, usando de mentiras, querem me incriminar. E, toda vez que isso sobrevém, cresce minha dúvida sobre o porquê do esforço em acusar pessoas inocentes. É um enigma para o qual realmente não encontro explicação.

O promotor público tem o dever de pedir a condenação do criminoso, mas é inacreditável a frequência com que se incrimina uma pessoa de bem. A realidade é inegável e, contra isso, não há o que se fazer. Só que estes fatos não chegam ao conhecimento da maioria das pessoas.

É difícil saber prontamente se um suspeito é culpado ou inocente, mas salvo crimes hediondos, creio ser possível distinguir a verdade dos fatos após uma breve investigação. Já que o próprio ato de buscar incriminar alguém a todo custo já demonstra que não houve crime.

Voltando ao assunto inicial, afirmo que o que move o indivíduo a mentir é o pensamento de que jamais será descoberto. De fato, trata-se de uma ingenuidade.

Com efeito, se não houvesse Deus, isso seria possível e favoreceria o argumento de que a mentira perfeita é sinal de inteligência. Contudo, a realidade é bem diferente uma vez que a existência de Deus é inegável. Por conseguinte, mesmo que consiga enganar alguém habilmente, isso será temporário e, certamente, a mentira virá à tona.

Sem dúvida, tal fato acarreta um grande prejuízo para quem mente, porque, contrariando seu primeiro objetivo, ele se expõe à vergonha, perde o crédito, e uma sanção lhe é imposta.

Pensar que Deus não existe, simplesmente porque Ele é invisível, iguala-se às pessoas da era selvagem, que pensavam que o ar não existia porque não o viam. Pobre homem culto! Portanto, por mais que ele exerça um cargo excepcional, de nada valerá quando tomar conhecimento desta verdade.

Sobretudo as pessoas que têm o sagrado dever decorrente da profissão de determinar o certo e o errado das pessoas, precisam prestar a máxima atenção a esse ponto. Devem saber que, ao mesmo tempo que julgam as pessoas, também são julgadas por Deus.

Se não conseguem acreditar em fatos tão evidentes, significa estar completamente dominadas pela superstição das mentiras. Sendo assim, nosso desejo é que todos os magistrados se tornem fiéis de uma religião correta e reconheçam a existência de Deus.

O fato de os juízes estadunidenses serem benevolentes e de os julgamentos serem comparativamente imparciais se deve ao grande número de cristãos presentes na população do país. Esta é uma realidade inegável.

Por Meishu-Sama - Alicerce do Paraíso, vol. 4

Publicado em 5 de setembro de 1951

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